Líderes da Finlândia anunciam apoio à adesão à Otan
Decisão aproxima a nação de aderir à aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte; Kremlin diz que medida seria uma ameaça à Rússia

O presidente e a primeiro-ministra da Finlândia anunciaram nesta quinta-feira, 12, seu apoio à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), dando um passo a mais na direção de juntar-se à aliança militar para proteger-se da Rússia. O Kremlin respondeu dizendo que a medida seria uma ameaça ao seu país.
A declaração de apoio à Otan do presidente Sauli Niinisto e da primeiro-ministra Sanna Marin era esperada. A Finlândia compartilha quase 1.300 quilômetros de fronteira com a Rússia, e após a invasão da Ucrânia, o governo apresentou ao parlamento um relatório sobre segurança nacional que delineou o caminho para ingressar na aliança.
“A adesão à Otan fortaleceria a segurança da Finlândia. Como membro da Otan, a Finlândia fortaleceria toda a aliança de defesa. A Finlândia deve solicitar a adesão à Otan sem demora. Esperamos tomar esta decisão rapidamente nos próximos dias”, disseram Niinisto e Marin em declaração conjunta.
Depois do anúncio, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a adesão da Finlândia à aliança seria uma ameaça para a Rússia e não contribuiria para mais segurança no continente.
“Como já dissemos muitas vezes antes, a expansão da Otan não torna o mundo mais estável e seguro”, disse Peskov. Ele acrescentou que a reação da Rússia vai depender da atividade da Otan perto de suas fronteiras.
Segundo o porta-voz, a Rússia vai analisar a entrada da Finlândia na Otan para elaborar as próprias medidas de segurança.
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro, o apoio à adesão à Otan na Finlândia saltou de 30% para quase 80%. A medida exige a aprovação do parlamento finlandês, mas o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que o país seria “calorosamente bem-vindo” à aliança se decidir se candidatar à adesão.
“Esta é uma decisão soberana da Finlândia, que a Otan respeita plenamente. A Finlândia é um dos parceiros mais próximos da Otan, uma democracia madura, um membro da União Europeia e um importante contribuinte para a segurança euro-atlântica”, disse ele.
Espera-se também que a Suécia, vizinha da Finlândia, também anuncie em breve sua intenção de ingressar na aliança. A Rússia já havia alertado os dois países contra a adesão à Otan, dizendo que haveria consequências.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a Finlândia manteve status neutro, para, entre outros motivos, não provocar a Rússia. Chegou a ceder às preocupações de segurança do Kremlin e tentou manter boas relações comerciais. A guerra na Ucrânia, no entanto, mudou o cenário, e abandonar a neutralidade foi o caminho escolhido pelos finlandeses.
Na quarta-feira 11, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, já anunciou novos pactos de segurança com a Finlândia e a Suécia, prometendo ajudá-los caso a Rússia decida retaliar.
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