Líderes africanos darão um ultimato a Laurent Gbagbo
Presidente será alertado dos riscos de uma ação militar caso não deixe o poder
Os presidentes de três países da África Ocidental chegam à Costa do Marfim nesta terça-feira para alertar o presidente do país, Laurent Gbagbo, dos riscos de uma ação militar caso continue recusando-se a deixar o poder.
Potências regionais e mundiais querem que Gbagbo entregue a liderança ao oposicionista Alassane Ouattara, após as eleições no mês passado terem provocado uma disputa que matou mais de 170 pessoas e ameaçarem colocar o país de volta numa guerra civil.
O governo de Gbagbo diz que receberá os emissários – Boni Yayi, de Benin; Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa; e Pedro Pires, de Cabo Verde – “como irmãos e amigos e escutar a mensagem que vieram entregar”.
Eleições – Os resultados provisórios da eleição do dia 28 de novembro mostrou a vitória de Ouattara por oito pontos percentuais. Mas o principal tribunal do país, comandado por um aliado de Gbagbo, reverteu o resultado sob alegação de fraude.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma proibição de viagem a Gbagbo e às pessoas próximas a ele, enquanto o Banco Mundial e o banco central da África Ocidental congelaram suas finanças numa tentativa de reduzir sua força no poder.
Ameaças – Em entrevista à edição eletrônica do jornal Le Figaro, Gbagbo declarou que as ameaças africanas de intervenção militar em seu país devem ser levadas a sério, mas questionou principalmente a atuação dos embaixadores da França e dos Estados Unidos nos dias seguintes à polêmica eleição.
No domingo, Gbagbo reagiu à ameaça de intervenção dos países vizinhos, afirmando que qualquer tentativa de derrubá-lo provocaria uma guerra civil. Ele também denunciou um “complô” da França e dos Estados Unidos para afastá-lo do poder.
(Com agências France-Presse e Reuters)