Israel anunciou nesta sexta-feira, 5, um plano para suspender progressivamente a partir do próximo domingo o confinamento em vigor há um mês. A decisão foi tomada após uma redução dos contágios pelo novo coronavírus, associada à campanha de vacinação, que já imunizou 60% da população. Os voos internacionais, contudo, continuarão suspensos por enquanto.
O país decretou o terceiro lockdown, desta vez parcial, na última semana de dezembro, logo após iniciar a campanha de vacinação no dia 20 daquele mês. Desde então, 5,3 milhões de israelenses, dos quase 9 milhões que habitam o país, já receberam pelo menos uma das duas doses do fármaco.
A partir de domingo, os cidadãos poderão fazer deslocamentos a mais de um quilômetro de suas residências. Alguns serviços não essenciais, como salões de beleza, retomarão as atividades. Também devem reabrir com restrições os parques e reservas naturais. Os restaurantes poderão preparar comida para retirada no local (atualmente, só é permitido delivery).
Os Ministérios da Educação e da Saúde irão finalizar nos próximos dias a retomada do ensino pré-escolar.
“Faço um apelo a todos, mesmo com a abertura gradativa que começa no domingo, que tenham o maior cuidado para seguir as diretrizes”, ressaltou Yuli Edelstein, o ministro da Saúde.
Apesar das restrições e imunizações, o mês de janeiro foi o mais letal da pandemia no país, com mais de 1.000 mortes por Covid-19. A média móvel de contágios da última semana é de 6.500 novos casos por dia. De acordo com o balanço mais recente do ministério da Saúde, mais de 675.000 pessoas foram infectadas e 5.019 morreram por conta da doença desde o início do surto.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acredita que o alto número de infecções diárias se deve às novas cepas e alegou que 80% das mortes em Israel vem da “mutação britânica”.
Mesmo assim, estudos mostram uma queda significativa de infecções após apenas a primeira dose da vacina: até 21 dias depois de receber o imunizante, pacientes apresentaram de 33% a 60% menos probabilidade de serem infectados, segundo reporta o jornal The New York Times.
Além disso, o Ministério da Saúde israelense divulgou um estudo em 25 de janeiro que descobriu que, de 428.000 israelenses que receberam suas segundas doses, uma semana depois, apenas 63, ou 0,014%, contraíram o vírus. A média móvel de novos casos, apesar de relativamente alta, está caindo desde meados de janeiro, quanto ultrapassou os 8.000.
O sistema de saúde altamente digitalizado de Israel – todos os cidadãos, por lei, devem registrar-se – e seu governo centralizado contribuíram para orquestrar a campanha nacional eficaz. A população reduzida também ajudou na organização, assim como a procura antecipada por vacinas por parte do governo.
Depois de priorizar os idosos e pessoas vulneráveis, o Ministério da Saúde de Israel anunciou na quarta-feira 3 que passaria a imunizar qualquer pessoa com mais de 16 anos. Mais de 77% da população acima dos 50 anos já recebeu suas doses.
(Com AFP)