Líder do Irã despreza Trump e ameaça destruir acordo nuclear
Em discurso, Aiatolá Ali Khamenei declarou que país irá tomar a medida caso haja o rompimento do pacto nuclear por alguma das partes envolvidas
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, ameaçou nesta quarta-feira destruir o acordo nuclear assinado entre o Irã e seis grandes potências caso o pacto seja rompido por alguma das partes. A declaração do Aiatolá, feita durante um evento com acadêmicos no país, vem na esteira da decisão do presidente americano Donald Trump em não certificar o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), nome formal dado ao pacto que restringe a produção nuclear do país persa.
“Não romperemos o pacto antes que o faça a outra parte, mas se romperem o JCPOA, nós o destruiremos”, disse Khamenei no pronunciamento. Ele fez críticas aos Estados Unidos, mas também à Europa, ao considerar que a defesa dos países do acordo nuclear “simplesmente não é suficiente”, e denunciou a intromissão nos assuntos defensivos e militares do Irã.
Em uma conta do Twitter atribuída ao líder do supremo do Irã, que replicou os principais pontos do discurso de Khamenei, Trump é descrito como “um bruto”, o qual não quer “perder tempo respondendo suas sandices e injurias”. “Dar respostas a ele é uma perda de tempo para qualquer um”, escreveu a principal figura do regime de Teerã sobre o chefe da Casa Branca. Sobre os países europeus envolvidos no JCPOA, ele disse que “não é de se esperar que o Reino Unido o faça, mas França, Alemanha devem se colocar contrários às medidas dos Estados Unidos em relação ao pacto”.
“Não vamos aceitar que a União Europeia tome o lado dos Estados Unidos e suas intimidações”, comentou Khamenei, que pede para que os países europeus “evitem a intromissão em nossos assuntos de defesa”. “O Ocidente não tem direito em questionar a presença do Irã na região ou se temos misseis. Não é da conta deles! Por que vocês tem misseis?”, provocou o líder supremo do Irã, realçando as palavras do presidente do país, Hassan Rohani, que anunciou na semana passada que o país “duplicará os esforços” para ampliar sua capacidade defensiva com armas e misseis.