Líder do cartel mais violento do México é preso
Miguel Ángel Treviño chefiava o temido cartel Los Zetas desde o ano passado. Ele também era procurado pelos EUA, com recompensa de US$ 5 milhões
Miguel Ángel Treviño-Morales, líder do cartel mexicano de drogas Los Zetas, considerado o mais violento do país, foi capturado na madrugada desta segunda-feira em uma operação militar em que nenhum tiro foi disparado. A confirmação foi feita no início da noite pelo porta-voz do gabinete de Segurança da Presidência mexicana, Eduardo Sánchez.
Conhecido como “Z-40”, Treviño foi capturado durante a madrugada na região de Nuevo Laredo, na fronteira com os Estados Unidos. Localizado em uma picape junto com outros dois traficantes, um deles seu guarda-costas, o chefão do cartel Los Zetas não conseguiu escapar do cerco de uma força especial da Marinha mexicana. No veículo os militares encontraram 2 milhões de dólares em dinheiro e oito armas.
Além do tráfico de drogas, Treviño é acusado de homicídio, tortura e lavagem de dinheiro. Entre seus crimes mais violentos estão o massacre de 72 imigrantes de países da América do Norte em 2010, na cidade de San Fernando, estado de Tamaulipas, no norte do México.
Loz Zetas – Treviño se tornou chefe do cartel Los Zetas após a morte, em outubro do ano passado, do antigo chefão Heriberto Lazcano (“El Lazca”), durante uma operação da Marinha mexicana. Integrante do Grupo Aeromóvel das Forças Armadas, uma unidade de elite do Exército, Lazcano participou no final dos anos 1990 da deserção de dez soldados, que passaram a atuar como uma milícia pessoal do traficante Osiel Cárdenas Guillén, então líder do Cartel do Golfo. Com a prisão de Guillém, em 2003, o grupo se separou do Cartel do Golfo e criou seu próprio cartel, Los Zetas.
No México, o cartel comandado até agora por Treviño só é menos poderoso do que o Cartel de Sinaloa – o governo dos Estados Unidos, porém, considera Los Zetas a organização criminosa mais perigosa do país, por ser a mais bem armada e praticar os crimes mais brutais.
A prisão de Treviño é a mais importante durante a Presidência de Enrique Peña Nieto, que substituiu em dezembro passado Felipe Calderón, cujo mandato foi marcado pela violência entre narcotraficantes, com mais de 70 000 assassinatos. O governo mexicano oferecia 30 milhões de pesos (2,4 milhões de dólares) por sua captura e ele também era procurado nos EUA, onde informações sobre seu paradeiro valiam uma recompensa de 5 milhões de dólares.
(Com agência France-Presse)