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Líder de partido islâmico é nomeado primeiro-ministro pelo rei do Marrocos

Por Por Henri Mamarbachi
29 nov 2011, 17h33

O rei Mohammed VI nomeou nesta terça-feira o primeiro premier islâmico do Marrocos e o encarregou de formar um governo depois das históricas eleições que levaram à vitória do Partido Islâmico da Justiça e Desenvolvimento (PJD) .

Abdelilah Benkirane, chefe do moderado PJD agora liderará as negociações para formar uma coalizão para o gabinete, disse o palácio em uma declaração.

Benkirane fez o juramento depois de uma breve reunião com o rei, testemunhou um jornalista da AFP, e negociações para a coalizão devem começar em breve.

“Eu pedi ao todo-poderoso para me ajudar a cumprir esta nobre missão que o rei confiou a mim em nome do interesse geral, e para fazer o juramento, estou hoje diante de Vossa Majestade”, disse Benkirane.

A nomeação desta terça coroou uma série de pioneirismos da nação norte-africana: as primeiras eleições desde que o rei implementou reformas constitucionais, no momento em que os protestos da Primavera Árabe sacudiam a região; a primeira vez que o partido islâmico venceu as eleições nacionais; a inédita convocação pelo rei de um primeiro-ministro do partido vencedor; e a primeira vez que um partido islâmico lidera o governo.

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O PJD, que jurou fidelidade à monarquia, ganhou 107 das 395 cadeiras do Parlamento. O partido deve aderir ao islamismo moderado, um sistema político que defende as crenças islâmicas, e não são esperadas mudanças radicais na política, já que esta formação terá que governar com muitos outros partidos.

Benkirane, de 57 anos, barba e cabelo brancos curtos, reconheceu que o partido dele teria que ajustar seu programa para satisfazer seus parceiros de coalizão. “Mas a essência de nosso programa e daqueles que vão governar conosco terá um eixo duplo, democracia e bom governo”, disse ao canal de televisão France 24 no sábado.

O PJD vinha ganhando popularidade desde as primeiras eleições que disputou em 1997, quando conquistou oito cadeiras. O partido conseguiu 42 cadeiras nas eleições de 2002, as primeiras do reino de Mohammed VI e aumentou sua participação em 2007, quando terminou em segundo, com 47 cadeiras.

O partido focou-se inicialmente em questões sociais, como a oposição a festivais de música de verão e à venda de álcool, mas mudou para temas com um apelo de votação mais amplo, como a luta contra a corrupção e o alto nível desemprego. Na última campanha, prometeu reduzir a pobreza pela metade e aumentar o salário mínimo em 50%.

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Três partidos do governo atual – o independente Istiqlal, com 60 cadeiras, o liberal Reunião de Independentes, com 52, e o União Socialista de Forças Populares (USFP), com 39, se declararam preparados para as negociações com o PJD, de acordo com a imprensa marroquina.

Os jornais têm especulado muito sobre a nova equipe, que eles dizem que deve incluir figuras independentes e tecnocratas.

A coalizão Qoutla de três partidos do atual governo se reuniu na segunda-feira para chegar a uma política comum ao se juntar ao PJD, no poder, informou o jornal Al-Massaa.

Formado em 1992 para pressionar por reformas constitucionais, a coalizão de Istiqlql, USFP e do Partido do Progresso e Socialismo (antigo Comunista) tem 164 cadeiras no novo Parlamento. Benkirane já disse que vai negociar com o Qoutla.

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Nascido em Rabat, Benkirane é casado e pai de seis filhos.

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