O líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi detido nesta sexta-feira pela polícia na porta de sua casa em Moscou, quando pretendia comparecer a um comício. Navalny viajaria à cidade de Nínjni Novgorod, a 400 quilômetros da capital russa, para liderar um ato não autorizado pelo governo de Vladimir Putin, contra quem pretende disputar as eleições presidenciais na Rússia.
“Saí de casa para ir à estação e me detiveram na porta. Como nos filmes. Chegou um carro e dele saiu a polícia. Estão me levando à delegacia”, escreveu Navalny em sua conta no Instagram instantes após ser detido mais uma vez pelas autoridades. Um porta-voz da polícia de Moscou confirmou à agência Interfax a detenção do opositor e explicou que ele foi levado à delegacia por “suas numerosas convocações para ações públicas não autorizadas”.
Nas últimas semanas, autoridades russas negaram a autorização à oposição para organizar manifestações em Samara, Níjni Novgorod, Ufa, Krasnoyarsk e Krasnodar, entre outras cidades. Navalny segue em viagens pelo país em campanha para disputar as eleições presidenciais de março de 2018, mas sua candidatura segue incerta.
O político foi condenado em fevereiro por fraude, sentença que barra suas pretensões eleitorais, mas ainda busca revertar a decisão para participar da corrida presidencial, e conta com apoio exterior para apresentar sua candidatura. O comitê de ministros do Conselho da Europa pediu na semana passada à Rússia que permita Navalny disputar o pleito – o pedido foi classificado como “pressão política” por Moscou, que acusou o órgão de exceder-se nas suas funções.
Putin não anunciou oficialmente sua candidatura para um quarto mandato, e classifica Navalny como uma figura marginal e como um oportunista que “utiliza as dificuldades existentes para sua própria comunicação política”. Em julho, a sede da campanha da oposição em Moscou foi ocupada e bloqueada pela polícia, que apreendeu objetos e panfletos.
EUA x Rússia
Nesta quinta-feira, o Senado dos Estados Unidos confirmou a nomeação do diplomata Jon Huntsman como embaixador da Rússia. O diplomata, de 57 anos, é ex-governador de Utah e foi o representante americano na China durante o segundo mandato de Barack Obama. Em 2012, ele competiu para obter a indicação republicana para disputar as eleições de 2012.
Em sua audiência de confirmação, Huntsman disse, entre outras coisas, que “não há dúvidas” de que a Rússia havia interferido no processo eleitoral dos Estados Unidos em 2016, e que Moscou continuava “ameaçando a estabilidade” na Europa. Entre os desafios do novo embaixador com relação à Rússia estão o conflito na Ucrânia, a guerra na Síria, a crise com a Coréia do Norte e a suposta interferência de Moscou nas eleições americanas.
(Com agências internacionais)