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Líbia prepara a 1ª transição política pacífica de sua história

Na quarta, presidente do CNT passará simbolicamente o poder ao decano dos 200 membros do novo Congresso Geral Nacional, eleito há menos de um mês

Por Da Redação
7 ago 2012, 15h52

O Conselho Nacional de Transição Líbio (CNT) entregará nesta quarta-feira o poder à Assembleia eleita em 7 de julho, em uma cerimônia que marcará a primeira transição política pacífica da história recente do país. O presidente do CNT, Mustafá Abdul Jalil, passará simbolicamente o poder ao decano dos 200 membros do Congresso Geral Nacional (CGN), que foi eleito há menos de um mês nas primeiras eleições livres deste país. A cerimônia de duas horas será realizada na noite de quarta-feira, em respeito ao Ramadã, em um salão de conferências de um hotel em Trípoli, onde será também a sede do CGN. Os debates da Assembleia, que segundo um membro do CNT tiveram início no sábado, devem acontecer em um outro salão no segundo andar do hotel.

Entenda o caso

  1. • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
  2. • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
  3. • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
  4. • A caçada pelo coronel terminou em 20 de outubro, quando ele foi morto por rebeldes em sua cidade-natal, Sirte. Um mês depois, seu filho e herdeiro político Saif al Islam foi capturado durante tentativa de fuga.

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O CGN elegerá um novo governo para substituir o Conselho de Transição, que será dissolvido na primeira sessão do Congresso e, em seguida, organizará novas eleições baseadas em uma nova constituição. Os membros do Congresso se reuniram segunda-feira à noite de maneira informal para chegar a um acordo sobre a escolha do presidente e de dois vice-presidentes do organismo dentro de uma semana, segundo Salah Jauda, membro independente da cidade de Bengasi (leste). Entre os nomes que podem ocupar o cargo presidencial estão os de importantes opositores ao regime de Muamar Kadafi, como Mohamed Al Megarief e Idris Abu Fayed, explicou um de seus membros, Husein al Ansari.

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Cadeiras – O Congresso é fruto das históricas eleições realizadas no dia 7 de julho, muito comemoradas pela comunidade internacional. A maioria das cadeiras da Assembleia foram ocupadas pela Aliança de Forças Nacionais (AFC), uma coalizão de mais de 40 pequenos partidos liberais comandados pelos líderes da revolta de 2011 contra o regime de Kadafi. A AFC tem 39 dos 80 assentos reservados para os partidos políticos. A segunda força do CGN, com 17 assentos, é o Partido da Justiça e da Construção (PJC), da Irmandade Muçulmana, e os 120 lugares restantes foram atribuídos a candidatos independentes.

Segundo Jauda, não haverá um novo governo antes da festa de Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã, prevista para acontecer em duas semanas. O CNT era o braço político da rebelião que derrubou Kadafi e que tomou o poder após a sua morte, em outubro, depois de oito meses de conflito. O período de transição foi marcado pela violência e pelo fracasso do CNT em desarmar os ex-rebeldes que lutaram contra Kadafi e que agora fazem parte de milícias armadas descontroladas. A cerimônia de entrega do poder será cercada por medidas de segurança excepcionais, depois de uma escalada da violência nos últimos dias em várias partes da Líbia.

(Com agência France-Presse)

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