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Líbia: combates se intensificam e Kadhafi pede protestos maciços

Por Por Hervé Bar e Rory Mulholland
6 out 2011, 16h42

O ex-líder líbio Muamar Kadhafi pediu aos líbios que se manifestem “aos milhões” contra o novo poder, em uma mensagem de áudio divulgada na noite de quinta-feira (hora local) na emissora Arrai, com sede na Síria, enquanto as autoridades continuavam bombardeando Sirte e travavam difíceis combates urbanos.

“Convoco o povo líbio, homens e mulheres, a sair para se manifestar aos milhões novamente nas praças e nas ruas e em todas as cidades”, disse o “guia” deposto na mensagem.

“Não temam ninguém, vocês são o povo, pertencem a esta terra. Façam ouvir sua voz contra os colaboracionistas da Otan”, acrescentou, em alusão aos dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT).

As forças das novas autoridades do CNT bombardearam fortemente Sirte na quinta-feira e travavam perigosos combates urbanos frente a partidários de Muamar Kadhafi.

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O CNT, formado por ex-rebeldes que depuseram o regime de Kadhafi, espera especialmente a queda desta cidade-símbolo, situada a 360 km de Trípoli, para proclamar a “libertação” total do país.

Mas no terreno, as forças leais continuam exercendo uma forte resistência nesta cidade sitiada, forçando os pró-CNT a empreender combates de rua, sob a ameaça de franco-atiradores.

Na quinta-feira, intensos combates ocorriam no nordeste da cidade, onde as forças leais tentaram à noite romper o cerco imposto há três semanas pelos combatentes das novas autoridades.

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“Eles (os combatentes pró-Kadhafi) avançam e recuam, mudam incessantemente de posição. Usam essa tática para nos fazer acreditar que avançam para nós e fazer com que diminua a pressão”, declarou à AFP um oficial do CNT, Nagib Mismari.

Ao meio-dia, os combatentes pró-CNT conseguiram repudiar o avanço das forças pró-Kadhafi nesta linha da frente nordeste e se movimentavam a pé entre os espaços entre as casas, protegendo-se dos foguetes e dos disparos de franco-atiradores das forças leais.

Também continuam sendo alvo de intensos combates o Centro de Conferências de Uagadugu, que foi reduto dos pró-Kadhafi no local, a Universidade e o “bairro dos mauritanos”, onde estariam combatendo muitos mercenários originários deste país, mas naturalizados líbios, segundo comandantes do CNT.

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“Hoje estamos fazendo um movimento de alicate para tentar isolar o bairro dos mauritanos, onde se concentraram numerosas forças, e cortar-lhes a retaguarda”, disse o comandante do CNT, Nasser El-Mgasibi, do hotel Alkardabiya, seu quartel-general na costa, que domina todo o campo de batalha e que era, na quinta-feira, alvo dos disparos dos pró-Kadhafi.

Alguns civis continuavam fugindo esta quinta-feira da cidade de 70.000 habitantes.

Cento e trinta quilômetros a sudoeste de Trípoli, violentos enfrentamentos entre pró e anti-Kadhafi avançavam em Ragdaline, uma cidade nas mãos dos leais do antigo regime, segundo um funcionário militar do CNT, Smail Atuchi.

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Os combatentes pró-CNT “enfrentam 900 soldados do antigo regime”, acrescentou.

Por outro lado, mil homens e uma centena de veículos militares das forças do CNT saíram na manhã de quinta-feira de Gargarech, a 10 km de Trípoli, rumo a Bani Walid (170 km a sudeste da capital), onde os combatentes pró-Kadhafi resistem há semanas, informou um comandante militar.

“Negociamos de antemão para que se dê uma rendição pacífica dos pró-Kadhafi e tentamos fazer sair os 10% de civis que ainda estão na cidade antes de lançar um ataque”, informou à AFP Musa Ali Yunès, comandante da brigada Jado, que chefia esta operação.

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Segundo ele, “Saif al-Islam (um dos filhos de Kadhafi) está em Bani Walid e talvez também Muamar Kadhafi, mas há 50% de dúvida sobre a presença (do dirigente deposto).

“Há muitas assessores de Kadhafi em Bani Walid, mais do que em Sirte”, região natal do “guia”, que continua fugindo, acrescentou.

Apesar de um mês de combates, as forças pró-CNT não conseguem avançar neste vasto oásis com relevo acidentado, por causa da resistência dos kadhafistas, mas também da falta de coordenação e de meios destas forças.

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