Leis eleitorais podem excluir 10 mi de hispânicos nos EUA
Número é suficiente para impactar eleições presidenciais de 6 de novembro
Novas leis eleitorais em 23 dos 50 Estados americanos podem impedir mais de 10 milhões de cidadãos hispânicos nos Estados Unidos de se registrarem e votarem, número suficiente para impactar a eleição presidencial de 6 de novembro, revelou um estudo. A pesquisa foi formalmente divulgada nesta segunda-feira pelo grupo Advancement Project, que se descreve como uma organização multiracial que defende os direitos humanos.
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A comunidade latina representa mais de 10% do eleitorado dos EUA, mas em alguns estados a proporção é mais elevada, e fatores que afastem os hispânicos das urnas podem impedir a vitória do presidente Barack Obama, muito mais popular nesse grupo do que seu rival republicano, Mitt Romney. No estudo, o grupo ativista diz que em 16 Estados houve medidas discriminatórias contra os latinos, por excluir pessoas suspeitas de não serem cidadãs americanas.
Os republicanos, que controlam os legislativos estaduais que vêm aprovando esse tipo de lei desde 2010, dizem que o objetivo é evitar fraudes eleitorais. Democratas dizem que a motivação por trás disso é barrar eleitores de grupos que tradicionalmente não votam nos republicanos. A preferência dos latinos pelo Partido Democrata, aliás, pode provocar uma reviravolta demográfica em 2050, quando as minorias serão maioria (confira o gráfico abaixo).
O estudo diz que nove estados aprovaram leis que exigem a identificação por fotos, demandando tempo e dinheiro de milhões de latinos que são cidadãos americanos, mas ainda não possuem a documentação exigida. Ativistas dizem que, ao longo das décadas, há poucos registros do uso de documentos falsos nas eleições, ou de estrangeiros votando.
Obama, do Partido Democrata, lidera as pesquisas entre os hispânicos, com 65% das intenções de voto ante 26% de Romney, e vencer nesse grupo de eleitores por uma larga margem é considerado fundamental para o presidente conquistar a reeleição. Como as pesquisas mostram que a disputa entre Obama e Romney no Estado está muito equilibrada, um comparecimento menor dos hispânicos que votariam em Obama pode favorecer o candidato republicano.
O voto hispânico pode ser decisivo em alguns estados onde a eleição está particularmente apertada, como Nevada, Colorado e Flórida — onde, por exemplo, 27% dos eleitores cadastrados são hispânicos.
(Com agência Reuters)