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Lago transborda e causa ‘tsunami’ na Índia, deixando 14 mortos

Outras 100 pessoas estão desaparecidas após uma tempestade causar o rompimento de um lago glacial no Himalaia, gerando enchentes relâmpago

Por Da Redação
5 out 2023, 09h47

A busca por mais de 100 pessoas desaparecidas na Índia continua nesta quinta-feira, 5, depois que fortes chuvas causaram o rompimento de um lago glacial e provocaram inundações relâmpago no estado de Sikkim, no Himalaia, na véspera. Pelo menos 14 pessoas morreram após o “tsunami” do lago e estradas e pontes foram destruídas, de acordo com o governo estadual.

O exército indiano afirmou que uma tempestade repentina sobre o Lago Lhonak, na parte norte do estado, enviou uma cascata torrencial pelo rio Teesta, elevando os níveis de água 6m acima do normal. A barragem de Chungthang, também conhecida como barragem Teesta 3 e parte de um grande projeto hidrelétrico, foi “destruída”, de acordo com um comunicado da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres.

A cidade de Pakyong, em Sikkim, foi a mais afetada, com sete pessoas mortas nas enchentes e 59 desaparecidas.

O Lago Lhonak é um grande corpo de água glacial que fica no sopé de uma geleira em derretimento. O fenômeno de rompimento acontece quando o nível de água de um lago glacial sobe muito, fazendo com que a terra ou gelo circundante ceda e enviando água e detritos pelas montanhas abaixo.

Cientistas estudam o Lago Lhonak há muito tempo, classificando-o como um dos lagos glaciais de crescimento mais rápido da região, com alto risco de rompimento. Oleodutos foram instalados no lago para drenar a água como uma solução de curto prazo.

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O governo estadual informou que o sistema de abastecimento de água potável e as estações de tratamento de esgoto foram “totalmente danificados” nos distritos afetados. O dilúvio inundou e cobriu casas de terra e escombros, e equipes de busca precisaram usar escavadeiras para descobrir veículos do exército enterrados na lama.

As operações de resgate e restauração estão em andamento com o envolvimento de funcionários estaduais e nacionais para desastres, segundo o governo. No entanto, os esforços foram prejudicados por “chuvas incessantes” e inundações que bloquearam estradas e destruíram pelo menos 11 pontes.

Mais de 2 mil pessoas foram removidas da região e as autoridades montaram acampamentos de socorro em todo o estado para ajudar mais de 22 mil habitantes afetados pelas inundações repentinas.

O Departamento Meteorológico da Índia prevê que fortes chuvas continuarão no leste e nordeste do país, incluindo Sikkim, nos próximos dois dias.

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O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, chamou a situação de “infeliz calamidade natural” e ofereceu “todo o apoio possível para enfrentar o desafio”.

“Rezo pela segurança e bem-estar de todas as pessoas afetadas”, escreveu ele no X, antigo Twitter.

Conhecida como “o telhado do mundo”, a região ecologicamente sensível do Himalaia é propensa a inundações repentinas e deslizamentos de terra, e inundações não são incomuns em Sikkim. Mas cientistas alertam que condições meteorológicas extremas estão se tornando mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas.

As geleiras dos Himalaias alimentam rios que fornecem água potável a 2 bilhões de pessoas. Muitas colheitas também dependem desta fonte para irrigação. Um relatório recente, porém, alertou que as geleiras locais poderão perder até 80% do seu gelo até 2100, à medida que as temperaturas subirem, aumentando a probabilidade de inundações, deslizamentos de terra, avalanches e até secas.

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Cerca de 15 milhões de pessoas que vivem perto de lagos glaciais correm o risco de rompimentos catastróficos. Mais da metade está concentrada em apenas quatro países – Índia, Paquistão, Peru e China –, de acordo com um estudo publicado no início deste ano.

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