Kim Jong-un exibe armas letais que podem atingir Coreia do Sul
Sistemas de lançamento de foguetes de longo alcance 'poderiam matar milhares de pessoas em apenas uma hora', diz governo norte-coreano
![This picture taken on March 7, 2024 and released from North Korea's official Korean Central News Agency (KCNA) via KNS on March 8, 2024 shows North Korea's leader Kim Jong Un (2nd L) with members of the Korean People's Army (KPA) during a joint forces artillery training exercise at an undisclosed location in North Korea. (Photo by KCNA VIA KNS / AFP) / South Korea OUT / REPUBLIC OF KOREA OUT](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/03/000_34KW6ZY.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez uma visita a centros de treinamento militar na quinta-feira 7, onde exibiu poderosas armas de longo alcance, milhares de equipamentos que poderia usar para atacar a Coreia do Sul. Esse foi o segundo treino de guerra do exército norte-coreano na semana – na véspera, forças terrestres praticaram infiltração nos postos de guarda de fronteira entre os dois países.
Kim supervisionou ambos os exercícios e foi visto em fotos divulgadas pela KCNA, agência de notícias oficial do governo.
“Como o bombardeio (norte-coreano) poderia matar milhares de pessoas em apenas uma hora, sem aviso prévio, seria difícil para a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e os Estados Unidos, uma vez iniciado o bombardeio, detê-lo ou proteger a população da Coreia do Sul, antes que pudesse causar danos muito graves”, afirmou a KCNA.
De acordo com a agência de notícias norte-coreana, grande parte das armas do país se encontra em locais com defesas aéreas reforçadas.
“Estas medidas de proteção física tornam ataques aéreos contra a artilharia da República Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) um desafio para as forças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul”, concluiu a KCNA.
“Provocação”
A península coreana vive tensões elevadas. Os exercícios militares do exército norte-coreano ocorrem ao mesmo tempo que os Estados Unidos e a Coreia do Sul conduzem o seu treinamento anual chamado Freedom Shield (escudo da liberdade, em tradução livre). O exército sul-coreano afirmou que a edição deste ano se concentrará em conter as ameaças nucleares da Coreia do Norte.
O Ministério da Defesa da Coreia do Norte denunciou os exercícios conjuntos de onze dias entre Washington e Seul, na segunda-feira 4, como “provocativos” e “imprudentes”. Segundo a pasta, as forças norte-coreanas vão monitorar “atos aventureiros” e conduzir “atividades militares responsáveis” para que a situação de segurança fique “sob controle”, de acordo com a KCNA.
Retórica bélica
Kim tem progressivamente subido o tom contra a Coreia do Sul nos últimos meses, dizendo que Pyongyang não buscará mais a reconciliação e a reunificação com Seul. Ele também instruiu seu exército, a indústria de munições, os setores de armas nucleares e de defesa civil a se prepararem para uma guerra, em resposta a “movimentos de confronto” dos Estados Unidos.
Em janeiro, Kim chamou a Coreia do Sul de “principal e invariável inimigo” da Coreia do Norte e ordenou a demolição de um monumento da reunificação na capital norte-coreana.