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Kim Jong-un chora e pede perdão por falhas na gestão da Coreia do Norte

Analistas afirmam que discurso emocionado sugere que Kim está sentindo pressões relacionadas à Covid e às sanções nucleares

Por Da Redação
12 out 2020, 15h11

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, chorou ao pedir desculpas por sua gestão do país, afetado por sanções internacionais, desastres naturais e, mais recentemente, pela pandemia do novo coronavírus. O gesto, que ocorreu em seu discurso em um desfile militar no sábado 10, foi o mais recente sinal de uma progressiva pressão sobre seu regime.

“Nosso povo depositou confiança, tão alta quanto o céu e tão profunda quanto o mar, em mim, mas não consegui sempre viver de acordo com isso de forma satisfatória”, disse Kim. “Eu realmente sinto muito por isso”, completou, segundo o jornal sul-coreano Korea Times.

O desfile ocorreu na capital, Pyongyang, para marcar o 75º aniversário do Partido dos Trabalhadores norte-coreano no comando do país. O plano era realizar uma demonstração de poder, ostentando um novo míssil balístico intercontinental e outros equipamentos militares, mas o líder do país usou grande parte da fala para simpatizar com a população, segundo o jornal The Guardian.

“Meus esforços e sinceridade não foram suficientes para livrar nosso povo das dificuldades em suas vidas”, afirmou Kim. Apesar das evidências do crescente poderio militar da Coreia do Norte, ele ofereceu apoio às vítimas da Covid-19.

Durante a pandemia, o comércio da Coreia do Norte com a China, parceiro comercial essencial, caiu vertiginosamente por conta do fechamento das fronteiras. Embora Pyongyang insista que não registrou nenhum caso do vírus, a economia já afetada por anos de sanções em resposta aos programas nucleares ficou ainda mais abatida.

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O mais perto de um caso registrado oficialmente no país foi uma “possível contaminação” em julho de um cidadão norte-coreano que fugiu para a Coreia do Sul e depois retornou ilegalmente a Pyongyang. A Coreia do Sul, por sua vez, soma mais de 24.700 casos, incluindo 433 mortes.

De acordo com o Korea Times, o motivo do choro de Kim está relacionado à pressão sobre sua liderança.

Desnuclearização

Em seu discurso, o líder norte-coreano também expressou esperança de uma melhoria nos laços com a Coreia do Sul. O vizinho, contudo, disse estar preocupado com o novo míssil de longo alcance, insistindo na retomada das negociações de desnuclearização. Kim advertiu que “mobilizaria totalmente” sua força nuclear se fosse ameaçado.

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Em 25 de setembro, Kim fez um raro pedido de desculpas após o assassinato de um sul-coreano no mar, em um ato que classificou como “inesperado e vergonhoso”, tentando apaziguar a indignação do vizinho do sul. O caso, primeiro assassinato do Exército norte-coreano em 10 anos, envolveu um homem que entrou ilegalmente nas águas do país e se negou a declarar corretamente sua identidade.

Em novembro de 2010, o exército de Pyongyang bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong e matou quatro pessoas, dois civis e dois soldados. Alguns meses antes, um navio de guerra, o “Cheonan”, foi torpedeado, de acordo com Seul, por um submarino norte-coreano, um ataque que matou 46 marinheiro. Pyongyang sempre negou qualquer envolvimento.

Do outro lado do mundo, os Estados Unidos, ferrenhos opositores do regime norte-coreano, disseram que a continuação do programa nuclear em meio a um impasse das negociações sobre as sanções americanas era “decepcionante”. Uma autoridade do governo de Donald Trump pediu pela “desnuclearização completa” do país.

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