Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Khashoggi foi morto por funcionários de Riad, conclui relatora da ONU

Investigadora afirma que Arábia Saudita prejudicou a apuração do caso pelas autoridades turcas e violou as leis internacionais sobre missões diplomáticas

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h56 - Publicado em 7 fev 2019, 19h00

O jornalista saudita Jamal Khashoggi foi vítima de “um assassinato brutal e premeditado” que foi “planejado e cometido por funcionários (do governo) da Arábia Saudita“, disse nesta quinta-feira, 7, a relatora das Organização das Nações Unidas sobre Tortura, Agnes Callamard.

A investigadora chegou a esta conclusão após compilar as informações colhidas de diversas fontes durante uma visita oficial à Turquia entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro.

Em suas conclusões preliminares, a especialista em direitos humanos agradeceu aos esforços da Turquia para levar adiante uma investigação “rápida, efetiva, completa, independente e imparcial” sobre esse assassinato, ocorrido no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro passado.

O crime provocou impacto no mundo todo. Khashoggi ingressara no consulado para obter documentos para seu casamento, enquanto sua noive o esperava do lado de fora. Ele foi agredido, torturado e morto por uma equipe enviada de Riad. Seu corpo teria sido desmembrado, removido e dissolvido, para não deixar evidências.

Callarmad viajou à Turquia com uma equipe que incluía um investigador de crimes graves e um legista. Durante sua apuração, constatou que a Arábia Saudita estava obstaculizando e prejudicando os esforços das autoridades turcas para elucidar as circunstâncias da morte do jornalista.

“Foi proporcionado aos investigadores turcos um acesso e um tempo muito inadequado para poder realizar um exame profissional e efetivo da cena do crime que estivesse em conformidade com os padrões internacionais”, explicou a relatora no seu relatório.

Além disso, Callamard denunciou que o assassinato de Khashoggi representou uma violação do direito internacional e das normas que regulam as relações entre países quanto ao uso legal que se deve fazer das missões diplomáticas.

“As garantias de imunidade não foram concebidas para facilitar um crime e exonerar os autores da sua responsabilidade penal”, enfatizou Callarmad em uma declaração divulgada pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Continua após a publicidade

Callamard foi além e afirmou que “as circunstâncias do assassinato e a resposta posterior dos representantes do Estado (saudita)” podem ser descritas como “imunidade para a impunidade”. Entre as evidências às quais a especialista da ONU teve acesso há “trechos de áudios espantosos e apavorantes obtidos e conservados pela agência turca de inteligência”.

No entanto, a relatora reconheceu que sua equipe não teve a oportunidade de examinar de maneira profunda esse material nem de verificar sua autenticidade. Além disso, não pôde se reunir com os investigadores que estiveram trabalhando neste caso.

Callamard e sua equipe continuarão com suas indagações nas próximas semanas, razão pela qual pediu a colaboração de qualquer pessoa que tivesse alguma informação a respeito. Um relatório final com os resultados da investigação será apresentado em junho ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

(Com EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.