Khamenei diz que não negociará com EUA diante de sanções
Aiatolá afirmou que irá negociar, mas não com americanos e potências que os ameaçarem
O supremo líder iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que seu país não irá conversar com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear a menos que as sanções e ameaças militares sejam suspensas. O presidente Mahmoud Ahmadinejad havia afirmado que o Irã deseja retomar as negociações com o grupo de seis potências mundiais nas próximas semanas.
Em discurso televisionado, o aiatolá afirmou: “O que eles dizem, nosso presidente e outros estão dizendo, é que nós negociaremos – sim, nós iremos, mas não com a América porque a América não está negociando honestamente e como um negociador normal. Ponham de lado as ameaças e as sanções.”
A Alemanha e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha – desejam que as negociações sejam concentradas em um acordo para controlar o programa de enriquecimento de urânio do Irã, algo que a República Islâmica afirma ser inegociável. O Irã alega que seu programa nuclear tem como objetivo gerar eletricidade, e não bombas, como suspeita o Ocidente.
Ahmadinejad disse que quer a presença de outros países nas negociações. Mas Khamenei, que possui a autoridade máxima no país persa, rejeitou negociações com os Estados Unidos – que, além de ter pressionado pela adoção de novas sanções ao Irã, se reserva o direito de usar a força militar se a diplomacia não tiver sucesso para impedir o país de avançar com seu programa nuclear.
Conforme Khamenei, “se as superpotências quiserem ameaçar, colocar pressão, impor sanções, mostrar sua mão forte e, por outro lado, quiserem sentar para negociar, isso não é uma negociação, e nós não vamos ter esse tipo de negociação com ninguém.”
Ameaças – Khamenei fez um alerta aos Estados Unidos para não atacarem o Irã e ameaçou: “É improvável que os Estados Unidos tomem uma medida tão estúpida, mas todo mundo deve saber que na hipótese de um ataque, a resposta da nação iraniana não será limitada ao Oriente Médio e terá um alcance mais amplo.”
Autoridades do Irã já afirmaram que podem fechar o Estreito de Hormuz no caso de uma operação militar, bloqueando a rota marítima por onde passa 40 por cento do transporte marítimo de petróleo do mundo.
(Com Reuters)