Kerry: ‘Os Estados Unidos não pretendem conter a China’
Secretário de Estado americano está em Pequim para a sexta reunião anual entre China e EUA. Assuntos delicados fazem parte da pauta conjunta
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse nesta quarta-feira em Pequim que seu país “não pretende conter o desenvolvimento da China, mas dá as boas-vindas a um país próspero, estável e pacífico”. O presidente da China, Xi Jinping, afirmou que um conflito entre as duas potências seria “um desastre”. Em seu discurso durante a cerimônia de inauguração da sexta rodada do Diálogo Estratégico e Econômico entre os dois países, que começou nesta quarta em Pequim, Kerry defendeu uma China que contribua para a estabilidade e o desenvolvimento da região e tenha um “papel responsável” nos assuntos mundiais. Apesar dos afagos, temas delicados envolvendo cibersegurança fazem parte da pauta conjunta. As relações entre China e EUA também têm enfrentado turbulências por conta das posições de Pequim em disputas territoriais no Mar do Sul e no Mar do Leste da China.
“Diferimos em alguns temas, mas essas diferenças não devem ser interpretadas como uma estratégia global”, afirmou o secretário de Estado, ao inaugurar os dois dias de diálogo junto com o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, o conselheiro de Estado chinês Yang Jiechi e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew. Kerry acrescentou que os Estados Unidos “estão decididos a escolher o caminho da paz, da prosperidade e da cooperação”, e acrescentou que “aprecia a concorrência, mas nunca o conflito”.
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O presidente da China pediu que os dois países “julguem corretamente suas respectivas intenções estratégicas” e tentem “minimizar suas diferenças”. “A forma como a China e os Estados Unidos percebem as intenções estratégicas do outro terá uma influência direta nas políticas que vamos adotar e no desenvolvimento das relações bilaterais”, disse Xi Jinping.
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Agenda – Delegações de ambos os países discutirão vários temas nos próximos dias, desde os principais conflitos no panorama internacional até a luta contra a mudança climática, além da cooperação tecnológica e da participação em missões humanitárias. Também serão tratados assuntos que provocaram atrito entre os dois países, como o posicionamento dos EUA em relação às diversas disputas territoriais da China com seus vizinhos e a recente acusação de cinco militares chineses por espionagem industrial de companhias americanas. EUA e China também tentarão avançar nas negociações para um Tratado de Investimento Bilateral e conversarão sobre as metas conseguidas e a trajetória futura das reformas econômicas chinesas.
Obama – Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou o compromisso dos EUA para desenvolver “um novo modelo” de relações com a China, que esteja baseado em uma cooperação cada vez mais pragmática e na “gestão construtiva das diferenças”. O comunicado foi divulgado por ocasião da abertura da sexta rodada do Diálogo Estratégico e Econômico entre os dois países.
(Com agências EFE e Reuters)