Tropas do ditador líbio Muamar Kadafi atacaram neste sábado o principal reduto rebelde, Bengasi, cidade no leste do país, por terra e ar. A ofensiva rompe o cessar-fogo declarado pelo governo na sexta-feira e desafia a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, na quinta-feira, que impôs uma zona de exclusão aérea para proteger a população civil e autorizou ‘todas as medidas’ para conter os ataques.
Nas primeiras horas deste sábado, testemunhas denunciaram ataques e sobrevoos de aviões do governo líbio sobre Bengasi. Segundo a rede de TV Al Jazira, pelo menos oito pessoas morreram. Conforme a rede britânica BBC, tanques do Exército líbio já entraram na cidade.
À espera de intervenção militar estrangeira, rebeldes levantaram mais barricadas e revidam com artilharia anti-aérea. Um avião foi abatido neste sábado em Bengasi. Inicialmente, a aeronave foi atribuída às forças pró-Kadafi, mas um rebelde ouvido pela rede de TV americana CNN disse que o caça pertencia à resistência ao governo.
Conforme a emissora do Catar, as cidades de Misrata, próxima da capital Trípoli, a oeste, e Ajdabiya, próxima de Bengasi, a leste, também foram atacadas. Há relatos da fuga em massa de moradores dos últimos bastiões rebeldes do país.
Resposta oficial – O governo líbio negou que estivesse atacando Bengasi e acusou os rebeldes de invadir vilarejos e cidades para chamar a atenção do Ocidente. O ministro líbio de Relações Exteriores, Mussa Kussa, pediu ao secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, que envie ao país observadores para verificar que o cessar-fogo está sendo respeitado.
“Anunciamos um cessar-fogo, prova de que a Líbia respondeu de forma positiva às decisões da ONU”, declarou Kussa em coletiva de imprensa em Trípoli. “E para demonstrar nossa credibilidade, pedimos ao secretário-geral da ONU que envie observadores internacionais”, completou.