Justiça quer ouvir (de novo) o enrolado vice de Cristina
Amado Boudou terá de depor em caso que apura falsificação de documento
O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, foi novamente convocado a depor. Desta vez, a Justiça Federal quer ouvi-lo no âmbito de uma investigação que apura a falsificação da documentação de um veículo em nome do vice.
Segundo o jornal Clarín, a Justiça abriu a investigação ainda em 2009 para apurar o registro de um veículo Honda CRX Del Sol modelo 92, que consta na declaração de bens do braço direito Cristina Kirchner. Não foram divulgados detalhes sobre a natureza da falsificação.
A defesa adiantou que a compra do carro, ocorrida em 2003, foi feita de maneira legitima. O vice deve se apresentar novamente em 1º de julho no tribunal de Comodoro Py, na província de Buenos Aires. É o mesmo local onde Boudou esteve na semana passada, desta vez para prestar depoimento por suspeita de corrupção no chamado Caso Ciccone.
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Gráfica — Em julho de 2010, uma investigação de privilégio comercial conduzida pelo Fisco argentino pediu à Justiça a quebra do sigilo da gráfica Ciccone, que mantém contratos com o governo e, entre outras atividades, vende papel moeda ao Banco Central argentino. A Justiça suspendeu o pedido três meses mais tarde por solicitação da própria empresa, que negociou um plano de pagamentos de multas com o Fisco. Uma investigação descobriu que o Ministério da Economia, pasta então ocupada por Amado Boudou, teria pressionado o Fisco para favorecer a empresa.
Depois do episódio, a companhia foi vendida para o fundo de investimentos The Old Fund, presidida por Alejandro Vandenbroele, que é apontado como testa de ferro de Boudou, embora o vínculo tenha sido negado pelo vice-presidente. Amado Boudou deixou a pasta de Economia depois das eleições de 2011 para ocupar a vice-presidência, mas as denúncias ofuscaram sua carreira política e enterraram seu projeto de suceder Cristina Kirchner na Presidência do país.