Genebra/Bruxelas, 15 jun (EFE).- Os peritos que averiguam a causa do acidente de ônibus em março na Suíça, no qual morreram 28 pessoas, entre elas 22 crianças, descartaram a hipótese de defeito no veículo e agora adotam o erro humano como principal pista.
O Ministério Público do Cantão de Valais, local do acidente, comunicou hoje que excluiu fatores como a intervenção de outro veículo, defeitos na calçada, velocidade excessiva, consumo de álcool por parte do motorista e problemas técnicos do ônibus.
‘A partir de agora, as investigações se concentram em causas relacionadas ao motorista’, confirmou o promotor de Valais, Olivier Elsig.
O acidente causou comoção na Europa porque a maioria das vítimas era de crianças entre 11 e 12 anos que voltavam para a Bélgica, onde moravam, depois de ter passado uma semana de férias em uma estação de esqui na Suíça.
O ônibus bateu de frente em uma das paredes de um túnel, em uma estrada na cidade de Serre.
Segundo o relatório emitido pela autoridade judicial, nas investigações foram examinados pneus, freios, direção e sistemas de suspensão e aceleração ‘sem que se encontrasse algum defeito ou problema de manutenção’.
O exame dos tacógrafos permitiu também determinar que quando atravessava o túnel, onde a velocidade autorizada é de 100 km/h, o ônibus ia a uma velocidade entre 99 e 101 km/h.
Sobre o momento do acidente, a análise também revela que o veículo tocou a margem direita da calçada 75 metros antes do local da colisão, que se registrou a uma velocidade de 27 metros por segundo. O tempo transcorrido entre o choque com a beirada da calçada e a batida foi de três segundos.
O promotor, que viajou para Bruxelas para apresentar as conclusões de seu relatório, afirmou também que o ônibus partiu sob a condução do motorista mais experiente da empresa (52 anos) e que, aproximadamente 75 minutos depois da partida, o condutor parou o veículo por um minuto para realizar a mudança de motorista.
O volante passou para um motorista de 34 anos, com o qual o ônibus só percorreu 2.222 metros em dois minutos, antes que o acidente acontecesse.
O promotor, de acordo com a imprensa belga, explicou que a investigação continuará com o relatório da autópsia e os relatórios médicos dos motoristas, que deveriam chegar ‘nas próximas semanas’.
Elsig, que se encontrou pessoalmente com as famílias das vítimas na Bélgica, se mostrou confiante que a investigação termine nos próximos três meses. EFE