Júri ordena que Trump pague US$ 83 milhões por difamação
Caso é ligado à jornalista E. Jean Carroll, que acusa o republicano de ter destruído sua reputação
O ex-presidente americano Donald Trump foi condenado por um júri federal nesta sexta-feira, 26, a pagar 83,3 milhões de dólares em indenização a E. Jean Carroll, que acusou o republicano de ter destruído sua reputação como jornalista ao negar que a estuprou a quase três décadas.
A decisão, anunciada por um júri composto por sete homens e duas mulheres, foi tomada em menos de três horas. No ano passado, Trump já foi considerado culpado por agressão sexual – embora não por estupro – e condenado a pagar US$ 5 milhões em danos a Carroll.
Em uma série de falas polêmicas, em 2019, Trump chamou o caso de uma “trapaça completa” utilizada como uma forma de atrair publicidade para os livros da escritora. As declarações renderam ao republicano uma acusação de difamação. Ele nega qualquer irregularidade.
Este julgamento é apenas uma amostra do calendário de 2024 para Trump, que terá que se dividir entre eventos de campanha e aparições em tribunais. Além do caso civil de difamação, ele enfrenta uma acusação civil, também em Nova York, por fraude e enriquecimento ilícito por meio de sua empresa, a Trump Organization. O republicano foi indiciado ainda em quatro casos da esfera criminal:
- Transações financeiras ilegais: em 2016, Trump teria realizado pagamentos secretos a uma ex-atriz pornô, para acobertar um suposto affair que mancharia sua campanha presidencial. As transferências foram feitas por meio de seu advogado e taxadas de “gastos com a campanha”;
- Documentos ultrassecretos: depois de deixar o Salão Oval após ser derrotado pelo presidente Joe Biden em 2020, o republicano levou para sua residência pessoal na Flórida, de forma irregular, dezenas de caixas de arquivos confidenciais do governo, incluindo supostos documentos ligados ao arsenal nuclear americano;
- Interferência eleitoral na Geórgia: o caso acusa Trump de formar uma organização criminosa para reverter os resultados da eleição de 2020 no estado, fazendo uso de uma lei para combater a máfia, conhecida como RICO;
- Interferência eleitoral: semelhante à acusação da Geórgia, o caso federal indiciou o ex-presidente por conspiração, na tentativa de anular os resultados da eleição de 2020, alimentando teorias da conspiração sobre fraude eleitoral que levaram à invasão do Capitólio americano por eleitores trumpistas.