O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn será julgado perante um júri popular com a camareira que o acusou de tentativa de estupro como testemunha. Nesta segunda-feira, o político francês se declarou inocente das acusações de crimes sexuais em audiência no tribunal de Nova York.
“Ficará claro que não houve elemento algum de coação com violência neste caso”, disse Benjamin Brafman, advogado do político francês, na porta da Corte Suprema de Nova York, onde foi realizada a breve audiência, que durou apenas cinco minutos.
Como Strauss-Kahn se declarou inocente, foi iniciado o trâmite do julgamento. A próxima visita do ex-diretor-gerente do FMI à Corte será em 18 de julho, quando será definido o calendário do processo.
Argumentos – A defesa de DSK argumentará que, no incidente de 14 de maio em um luxuoso hotel de Manhattan, a camareira de 32 anos não foi “coagida com violência” a fazer sexo com o francês. “Não houve coação com violência. Qualquer sugestão contrária é simplesmente fantasiosa”, afirmou Brafman após a audiência.
A vítima, entretanto, argumenta que foi obrigada a manter relações sexuais com Strauss-Kahn. Um de seus advogados, Kenneth Thompson, disse que a camareira está disposta a testemunhar perante o juiz. “Ela está destroçada, traumatizada”, afirmou Thompson. “Foi um ataque sexual terrível contra uma mulher inocente, portanto ela mesma virá à Corte e contará a verdade. O que quer é justiça”, acrescentou o advogado.
Thompson qualificou como absurdo sugerir que o episódio ocorreu de comum acordo. “Minha cliente está decidida a demonstrar que todo o poder, dinheiro e influência de Strauss-Kahn não evitarão que se descubra a verdade do que fez nesse quarto.”
Caso – Dominique Strauss-Kahn, de 62 anos, é acusado de ter abusado sexualmente e tentado estuprar uma camareira do hotel Sofitel, de Nova York. Ele é alvo de sete acusações, incluindo tentativa de estupro, ato sexual criminoso, cárcere privado e abuso sexual e agora encontra-se em prisão domiciliar em um luxuoso apartamento no sul de Manhattan.
Antes das acusações, ele era visto como o candidato favorito pelo Partido Socialista às eleições presidenciais francesas de 2012. O escândalo, porém, encerrou suas aspirações eleitorais e o forçou a renunciar ao cargo no FMI.
(Com agência Efe)