O julgamento por corrupção de Benjamin Netanyahu, o único chefe de governo da história de Israel a ser acusado durante seu mandato, começará em 17 de março, duas semanas após eleições cruciais para sua sobrevivência política, anunciou a Justiça nesta terça-feira, 18.
Em um breve comunicado, o ministério da Justiça disse que a acusação será lida pela juíza Rivka Friedman-Feldman do tribunal de Jerusalém na presença de Netanyahu na terça-feira, 17 de março, à tarde. A data é anunciada quando o primeiro-ministro israelense, de 70 anos, faz campanha para as eleições legislativas de 2 de março, as terceiras em menos de um ano em Israel.
Após as eleições legislativas de setembro, seu adversário Benny Gantz se recusou a ingressar em um governo de unidade liderado por Netanyahu, considerando que este deveria primeiro resolver seus problemas com a Justiça antes de reivindicar o poder. A decisão obrigou o Parlamento a convocar uma nova votação.
O primeiro-ministro foi indiciado por suborno, fraude e quebra de confiança pelo procurador Avichaï Mandelblit por envolvimento em três casos. Em dois deles é acusado de ter trocado favores por coberturas positivas na imprensa local, e no terceiro por receber presentes no valor de 700.000 shekels (cerca de 853.000 reais) de um produtor de Hollywood.
A lei israelense estabelece que qualquer ministro sujeito a um processo criminal deve renunciar ao cargo, mas isso não se aplica ao primeiro-ministro. Embora possa permanecer na posição, Benjamin Netanyahu não goza de imunidade judicial.
Desta forma, Netanyahu solicitou, no início de janeiro, ao Parlamento que lhe desse imunidade após as próximas eleições legislativas de 2 de março, apostando em sua vitória para obter a maioria e, assim, se proteger da Justiça. Mas os partidos da oposição convenceram a maioria dos deputados a examinar seu pedido de imunidade antes das eleições. Diante da rejeição antecipada de seu pedido, Netanyahu retirou no final de janeiro sua solicitação.
(Com AFP)