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Julgamento da cúpula do Khmer Vermelho começa 3 décadas depois de genocídio

Phnom Penh, 6 dez (EFE).- O Tribunal Internacional do Camboja começou a julgar os dirigentes que fizeram parte da cúpula do Khmer Vermelho mais de três décadas depois da queda de seu regime e de causarem até 2,2 milhões de mortes. Os três destacados membros da organização radical que hoje são octogenários e quase desconhecidos […]

Por Da Redação
6 dez 2011, 15h23
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  • Phnom Penh, 6 dez (EFE).- O Tribunal Internacional do Camboja começou a julgar os dirigentes que fizeram parte da cúpula do Khmer Vermelho mais de três décadas depois da queda de seu regime e de causarem até 2,2 milhões de mortes.

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    Os três destacados membros da organização radical que hoje são octogenários e quase desconhecidos para a nova geração cambojana são acusados de crimes contra a humanidade, crimes de guerra, genocídio e outras atrocidades cometidas durante os 45 meses em que regeram o país, de abril de 1975 a janeiro de 1979.

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    O julgamento de Nuon Chea, considerado o ideólogo do Khmer Vermelho; Khieu Samphan, chefe de Estado durante o regime, e Ieng Sary, seu ministro das Relações Exteriores, é o principal caso do tribunal patrocinado pela ONU, que o dotou de um orçamento superior a US$ 170 milhões com o fim de enterrar o terrível passado do país.

    Os três foram detidos em meados de 2007 em diferentes lugares do Camboja e desde então permanecem presos, visto que o tribunal rejeitou os recursos de apelação que apresentaram.

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    Cada um dos acusados afirmou ser inocente antes e durante o julgamento, que começou em 21 de novembro com a ausência de Ieng Thirith, esposa de Ieng Sary e ministra de Assuntos Sociais do regime, a quem o tribunal declarou incapacitada para ser julgada por sofrer de Alzheimer.

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    ‘Embora o Khmer Vermelho tenha cometido os crimes há mais de um quarto de século, a dor que causaram continua incrustada em grande parte da sociedade’, aponta Ou Virak, presidente do Centro Cambojano dos Direitos Humanos.

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    A primeira fase do julgamento, que deve durar vários anos e cuja evolução dependerá do estado de saúde dos acusados, será focada nas deportações massivas das cidades para o campo que causaram a morte de dezenas de milhares de pessoas por extenuação, crise de fome e doenças, assim como os crimes contra a humanidade relacionados a elas.

    O líder máximo do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu em 1998 sem ter sido julgado, da mesma forma que outros destacados dirigentes como Ta Mok, o chefe militar apelidado como ‘O Açougueiro’

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    Até o momento, apenas foi julgado e condenado Kaing Guev Eav, conhecido por ‘Duch’ e que dirigiu o centro de detenção e torturas S-21, no qual cerca de 16 mil pessoas morreram.

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    Duch foi condenado a 35 anos de prisão em julho de 2010, embora depois sua pena tenha sido reduzida para 19 anos. O torturador, no entanto, apresentou uma apelação da sentença, sobre a qual receberá resposta em fevereiro.

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    Segundo alguns analistas, os depoimentos dos três acusados podem comprometer o atual primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, e vários destacados membros de seu governo que desempenharam cargos no Khmer Vermelho até desertarem para se unirem às forças vietnamitas que invadiram o Camboja para depor o regime.

    O governo de Hun Sen se mostrou reticente a apresentar provas e informações sobre os crimes do Khmer Vermelho, e até proibiu que alguns altos cargos cujo depoimento foi solicitado pelos juízes se apresentassem.

    O julgamento dos líderes do Khmer Vermelho começou com acusações da Procuradoria, que lembrou casos concretos sobre os casamentos forçados e as torturas e assassinatos cometidos em cerca de 200 centros de segurança.

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    Os três membros da cúpula do regime também foram acusados nas primeiras audiências de ‘planejar’ uma sistemática campanha para eliminar as minorias de origem vietnamita e chan de religião muçulmana. EFE

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