Cinco jovens do Estado de Virgínia, nos Estados Unidos, receberam uma sentença incomum por terem feito pichações racistas e antissemitas. Apoiando a sugestão de um procurador, a juíza Avelina Jacob ordenou que os adolescentes devem ler um livro por mês pelo próximo ano, relacionado ao Holocausto, à história negra e a outros casos de discriminação, informou o jornal The New York Times.
Em outubro de 2016, os jovens de 16 e 17 anos confessaram serem responsáveis pelo vandalismo em um prédio que, no passado, foi usado como escola para a comunidade negra de Ashburn. Entre as pichações estavam frases como “poder branco”, desenhos obscenos e suásticas, símbolo do nazismo.
A sentença de Jacob lista 35 obras com histórias reais e fictícias aprovadas para os jovens, que deverão escrever relatórios sobre o que aprenderam. Entre os livros estão O sol é para todos, de Harper Lee, A Reposta, de Kathryn Stockett e Eichmann em Jerusalém, da filósofa Hannah Arendt, que analisa o julgamento de Adolf Eichmann por sua participação no Holocausto.
Além das leituras, a juíza também determinou que os infratores deverão fazer visita ao Museu do Holocausto, em Washington, e a uma exposição sobre os campos de concentração para japoneses nos Estados Unidos. “Estamos dando a oportunidade de uma experiência educacional para esses jovens, para que compreendam o significado de suas ações e o impacto desses comportamentos ao longo da história”, disse o procurador do caso, Jim Plowman, durante a audiência.
Segundo o texto da sentença, os adolescentes também devem escutar uma entrevista com Yvonne Neal, mulher que frequentou o colégio pichado entre 1938 e 1945. No prédio vandalizado funcionava a Escola de Cor de Ashburn, que oferecia educação para crianças negras na época de segregação racial do Estados Unidos.