Itália: Silvio Berlusconi oficializa renúncia neste sábado
Milhares de pessoas dirigiram-se ao Parlamento e ao Palácio Quirinale, sede da presidência, gritando em coro "demissão, demissão". Mario Monti é provável sucessor
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, renunciou ao cargo neste sábado. O político multimilionário havia prometido apresentar sua demissão ante o presidente, Giorgio Napolitano, após a adoção pelo Parlamento das medidas de austeridade exigidas pela União Europeia (UE) para superar a crise econômica, o que ocorreu nesta tarde. O provável sucessor do premiê italiano é o economista e ex-comissário europeu Mario Monti.
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No meio da multidão era possível visualizar cartazes que traziam mensagens como “Graças, Giorgio”, dedicadas ao presidente Giorgio Napolitano, e “Finalmente!”, em relação à renúncia de Berlusconi. Gritos de “Demissões, demissões” também eram direcionados à classe política em geral. Berlusconi foi chamado de “mafioso” pela multidão.
Mario Monti – Economista de 68 anos, Monti tem uma reputação de competência e independência conquistada durante os dez anos em que foi membro da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia.
Em 1994, o então presidente da Comissão, o luxemburguês Jacques Santer, o nomeou comissário de Mercado Interno, por indicação de Silvio Berlusconi. Em 1999, Romano Prodi, rival de Berlusconi, o indicou mais uma vez para um posto na Comissão, reforçando seu perfil suprapartidário. O segundo governo Berlusconi não o indicou para um terceiro mandato.
Monti é também editorialista do jornal italiano Corriere della Sera e autor de publicações sobre moeda e finanças.
Napolitano deve iniciar amanhã uma rodada de consultas para determinar se será formado um governo de tecnocratas, à frente do qual estaria Monti, ou se convocará eleições antecipadas. Os encontros devem começar com uma reunião, no começo da manhã, com os presidentes do Parlamento, do Senado e da Câmara dos Deputados. Depois, ele ouviria a opinião de seus antecessores no cargo, Oscar Luigi Scalfaro (1992-1999) e Carlo Azeglio Ciampi (1999-2006), e se encontraria com representantes dos partidos políticos.
Sentido – Berlusconi reconheceu neste sábado, ante um grupo de jornalistas, que ficou sentido pelas vaias que recebeu após a votação do Parlamento neste sábado, que abriu as portas para sua renúncia. “Foi algo que me doeu profundamente”, disse ele cercado por dirigentes de seu partido, o Povo da Liberdade, pouco antes de se dirigir ao Palácio Quirinale, sede da presidência da República, onde apresentou sua renúncia.
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(Com agência France-Presse)