Mais 638 imigrantes foram resgatados ontem em alto-mar após seis operações de socorro diferentes, informou nesta terça-feira a Guarda Costeira da Itália em comunicado. Os imigrantes viajavam a bordo de seis barcos em águas da costa da Líbia e receberam assistência do navio Fiorillo, da Guarda Costeira italiana, e de uma embarcação mercante e da Marinha italiana.
As primeiras 93 pessoas resgatadas, entre elas doze mulheres e duas crianças, foram levadas na noite passada à ilha de Lampedusa, no sul do país. Atualmente a Guarda Costeira presta socorro a um pesqueiro lotado de imigrantes a 80 milhas ao sul da Calábria, para onde também se dirigem dois navios mercantes. O fluxo de imigrantes procedente do litoral norte-africano em direção à Itália parece não ter fim, em grande parte, devido às boas condições do mar e do tempo.
Leia também
Naufrágio no Mediterrâneo deixou 800 mortos, estima agência da ONU
União Europeia anuncia pacote para conter a crise da imigração ilegal
Colisão – No último domingo, um pesqueiro naufragou na costa da Líbia. A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) estima que 800 pessoas morreram na tragédia. Apenas 28 sobreviveram. De acordo com depoimentos de pessoas que escaparam da tragédia, o capitão do barco deixou de conduzi-la para se esconder entre os imigrantes no momento em que o navio mercante King Jacob chegava próximo ao pesqueiro para ajudar, informou a imprensa local.
A ausência do capitão pode ter provocado uma colisão entre as duas embarcações e ajudado a provocar o naufrágio que matou cerca de 800 pessoas. Tanto o capitão do navio que levava os imigrantes, de nacionalidade tunisiana, como seu assistente sírio sobreviveram ao acidente e chegaram ontem ao porto e Catânia, no sul da Itália. Ambos foram presos pelas autoridades italianas, acusados de pertencerem a uma rede de tráfico de pessoas, homicídio múltiplo culposo e incentivo à imigração ilegal.
Os procuradores mantêm abertas duas linhas de investigação: uma tenta identificar a organização que transporta os imigrantes pelo Mediterrâneo, enquanto a outra pretende esclarecer as causas do desastre. Os próprios sobreviventes disseram que viajavam no navio entre 700 e 950 pessoas. Confirmados os números, esta será a maior catástrofe do tipo em águas do Mediterrâneo. Segundo a primeira reconstrução dos fatos feita pelas autoridades, os imigrantes, ao verem a chegada de ajuda, foram todos para o mesmo lado da barcaça, fazendo-a virar.
(Da redação)