O governo italiano decretou na quarta-feira, 15, estado de emergência em Gênova e prometeu revogar o contrato com a empresa concessionária das rodovias, acusada de ter adiado os controles e a manutenção do polêmico viaduto que desabou na terça e causou a morte de 39 pessoas.
As equipes de resgate prosseguiam trabalhando, sem descanso, na madrugada desta quinta-feira, à procura de sobreviventes entre os blocos de concreto do viaduto Morandi e as ferragens dos veículos que caíram de uma altura de 50 metros.
“Os socorristas não perdem a esperança de encontrar sobreviventes, mas quanto mais o tempo passa fica mais difícil”, admitiu à AFP Riccardo Sciuto, comandante dos carabineiros da província de Gênova.
O último boletim mantém a contagem de 39 mortos e 16 feridos, nove em estado grave. Mas as autoridades advertem que há desaparecidos.
Entre os 39 mortos há três chilenos, residentes há décadas em Gênova e que viajavam no mesmo carro, um colombiano e um peruano.
Famílias inteiras que atravessavam o viaduto, localizado em uma região urbana e que conecta com uma rodovia que vai até a França, faleceram no desabamento.
Ao fim de um conselho de ministros realizado de forma extraordinária em Gênova, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, decretou estado de emergência na cidade por 12 meses e concedeu um fundo de cinco milhões de euros.
Conte também decretou um dia de luto nacional e confirmou que o governo irá revogar o contrato de concessão das rodovias à empresa Autostrade, cuja família Benetton possui 30%.
Segundo meios de comunicação, no sábado a cidade de Gênova prevê realizar funerais solenes para as vítimas.
Cerca de 200 metros da chamada ponte Morandi, que tem 1.182 metros de comprimento e 90 metros de altura, desabaram na terça-feira e sepultaram sob os escombros e blocos de cimento 30 veículos, entre eles três caminhões.
O papa rezou pelas vítimas da tragédia durante a Oração do Angelus pela celebração da Assunção e enviou uma mensagem de solidariedade a todos os atingidos.