O governo da Itália anunciou nesta quinta-feira, 22, que a partir de 5 de agosto passará a exigir um comprovante de vacinação para entrada em diversos espaços de cultura e lazer, seguindo um molde similar adotado pela França.
O passe sanitário será usado para academias, piscinas públicas, museus, cassinos, cinemas e até áreas internas de restaurantes. O documento, seja na forma digital ou impressa, indica se a pessoa recebeu ao menos uma dose da vacina contra o coronavírus, teve resultado de teste negativo ou se recuperou recentemente da doença.
“Queremos evitar que um aumento de contágios resulte em novos fechamentos, e o instrumento que nós temos é a vacina. Por isso, a mensagem é para que se vacinem”, declarou o ministro da Saúde, Roberto Speranza, em entrevista coletiva.
O Conselho de Ministros também aprovou um decreto que amplia o estado de emergência por mais cinco meses, até 31 de dezembro, em meio ao aumento de casos e à preocupação com a variante Delta, de maior poder de transmissão e que já representa 87,2% dos casos no país.
Longe dos cerca de 40.000 casos diários registrados em novembro, pico da pandemia no país, os casos voltaram a crescer consideravelmente. O país saiu de uma média de 727 novas infecções em 1º de julho para 3.070 na terça-feira 20, segundo dados do projeto Our World in Data.
Por sua vez, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, afirmou que, deste modo, “os italianos poderão continuar se divertindo, mas com a garantia de que estarão entre pessoas que não estão contagiosas”, defendendo o decreto como “uma medida que gera serenidade”.
O objetivo do Executivo, além de conter o vírus, é reforçar a campanha de vacinação, como aconteceu na França. A exigência fez com que os franceses corressem até os postos de vacinação para receber as doses dos imunizantes. Na última quarta-feira, 14, o número de pessoas vacinadas em um dia foi recorde: 1,3 milhão de pessoas.
Ao todo, 61% da população já receberam a primeira dose, enquanto 45,8% estão completamente imunizados. Há, no entanto, resistência entre setores da população.
A aprovação do decreto, que ainda precisa passar pelo Parlamento, dividiu membros da coalizão governista entre os partidários a estender o uso do certificado, geralmente as forças de esquerda, e os que querem usá-lo o menos possível, como a Liga, da extrema-direita.
Assim como solicitado pelo partido, o certificado não será exigido em transportes públicos, embora o governo tenha se comprometido a estudar o tema a partir de setembro, depois do verão.