A imprensa de Israel indicou nesta terça-feira que os ataques aos funcionários das embaixadas da Índia e da Geórgia, atribuídos ao Irã, dificilmente causariam maiores problemas, mas considerou que podem desencadear uma onda de terror.
Os bombardeios de segunda-feira tinham como alvo um carro da embaixada em Nova Délhi, deixando uma diplomata israelense gravemente ferida, enquanto um segundo incidente visava um carro em Tbilisi, mas a bomba foi descoberta e desarmada.
Israel imediatamente culpou o Irã e seu “representante” libanês Hezbollah, tendo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometido agir “com pulso firme” para erradicar o “terror internacional vindo do Irã”.
Mas analistas da imprensa afirmaram que Israel dificilmente responderá duramente aos ataques.
“Os bombardeios ativaram o discurso rigoroso comum dos oficiais israelenses… No entanto, uma resposta dura de Israel parece improvável”, informou o jornal de direita Haaretz.
“As ofensivas de segunda-feira foram contidas o suficiente para que não violassem as ‘regras do jogo'”, disse, indicando que poderiam estar se vingando do assassinato de quatro cientistas iranianos nos últimos dois anos, que foram atribuídos a Israel.
“Se, como acredita-se, Israel está por trás da recente série de assassinatos de cientistas nucleares iranianos em Teerã, oficiais do governo provavelmente sabiam que ataques de vingança do Irã eram prováveis e contaram com essa possibilidade”, afirmou.
O método usado nos ataques de segunda-feira era muito semelhante ao utilizado no assassinato dos quatro cientistas iranianos, que tinham dispositivos magnéticos acoplados a seus veículos.
Em 13 de janeiro, a polícia tailandesa prendeu um libanês por ligações suspeitas com o Hezbollah por suspeitas de que estaria preparando ataques a turistas, com oficiais israelenses advertindo os cidadãos para evitar Bangcoc devido a “um perigo real e iminente”.
Alguns dias depois, o Azerbaijão informou que prendeu três homens que planejavam atacar dois israelenses que trabalhavam em uma escola judaica em Baku, levando o ministro israelense de Relações Exteriores a elevar o nível de alerta de suas missões diplomáticas ao redor do mundo, disse a imprensa.
Nesta terça-feira, a polícia de Israel também aumentou o estado de alerta em todo o país, disse o porta-voz Micky Rosenfeld à AFP.
Os ataques ocorreram entre os aniversários de morte de dois dos principais militantes do Hezbollah, cujas mortes foram atribuídas a Israel e incitaram promessas de vingança da milícia xiita.