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Israel: Netanyahu enfrenta protestos e promete reformas

Por Menahem Kahana
31 jul 2011, 17h25

O governo israelense de Benjamin Netanyahu prometeu reformas neste domingo, com a esperança de conseguir conter uma mobilização sem precedentes no país, após as manifestações de sábado que exigiam “justiça social”.

Ao iniciar o Conselho de Ministros, o primeiro-ministro anunciou a designação de uma equipe interministerial com o objetivo de elaborar um plano destinado a aliviar “as privações econômicas” sofridas pelos israelenses, segundo um comunicado oficial.

“Devemos atuar com seriedade e responsabilidade para mudar a ordem as prioridades no terreno econômico”, afirmou Netanyahu, que encarregou uma equipe para organizar uma “mesa redonda à qual representantes de diferentes setores da população serão convidados”.

Os representantes dos manifestantes rejeitaram a proposta do primeiro-ministro e exigiram se encontrar com ele pessoalmente frente às câmeras de televisão.

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“Isso é uma manobra manipuladora por parte do primeiro-ministro”, afirmou Dapni Leef, um dos líderes do movimento. “Saímos às ruas para exigir uma mudança de sistema e ele se contenta em formar uma comissão buscando se livrar de suas responsabilidades”, completou.

Netanyahu apresentou sua oferta de diálogo um dia depois de protestos em massa em todo o país que reuniram 150.000 israelenses, segundo a imprensa, e mais de 100.000 segundo a polícia.

Neste domingo, o movimento continuou com uma passeata de centenas de mães com carrinhos de bebê em Jerusalém para denunciar o custo das creches. Na segunda-feira, haverá uma greve de funcionários públicos municipais.

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A mobilização contra o alto custo de vida e por “justiça social” ampliou-se na tarde de sábado a dez localidades israelenses.

“A voz do povo se expressou”, é a manchete do jornal Maariv. Esse jornal destacou a “hostilidade, para não dizer o pânico que esse movimento de protesto provoca na liderança dos colonos” israelenses na Cisjordânia, que acusam a esquerda de manipular os manifestantes.

“A má notícia para Netanyahu é que o protesto foi muito forte. A boa notícia é que sua base eleitoral, sobretudo os mais religiosos, não participou”, escreve o jornal em seu editorial.

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“As questões sociais nunca fizeram tantas pessoas saírem às ruas”, afirma, por sua vez, o Yediot Aharanot.

“Um compromisso dessa natureza contrasta com a indiferença e o cinismo da população até agora”, acrescenta. “A mobilização vai continuar a ser uma espinha de peixe na garganta do governo”, diz o periódico.

“Ontem à noite, Benjamin Netanyahu perdeu o poder (…) de modo lamentável. Prometa o que prometer, está liquidado”, setencia o Haaretz.

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Os protestos contra o alto custo de vida e pedindo justiça social tomaram conta na véspera de dez localidades israelenses.

Em Tel Aviv, epicentro dos protestos, mais de 30.000 manifestantes marcharam pelo centro da cidade, levantando bandeiras vermelhas e israelenses.

Em Jerusalém, milhares de manifestantes – 5.000, segundo os organizadores – realizaram uma passeata até a residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com cartazes nos quais se lia: “toda uma geração quer um futuro”.

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O movimento de protesto, que começou há um mês e a princípio esteve dirigido contra a inflação dos aluguéis, ampliou-se contra o agravamento das desigualdades sociais e a degradação dos serviços públicos, particularmente na saúde e na educação.

Os manifestantes exigem um retorno ao “Estado de bem-estar social”, como era nos primeiros anos do Estado judaico.

Um dos slogans mais correntes era “o povo quer justiça social e não caridade”.

Os manifestantes acusam o poder de estar a serviço dos magnatas das finanças e protestam contra a força dos monopólios e dos cartéis de Israel.

Pela primeira vez desde que o movimento foi iniciado há um mês, a minoria árabe que sofre fortes discriminações associou-se a ele, nas manifestações em Nazareth, ao norte de Israel e na localidade de Baka Al Garbyeh, ao norte de Tel Aviv.

O protesto ocorre principalmente entre as classes médias, afetadas com o aumento constante do custo de vida, resultado de uma economia de mercado controlada por algumas famílias.

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