Irmandade Muçulmana convoca ‘um milhão’ contra militares
Grupo islamita e forças revolucionárias planejam megaprotesto na praça Tahrir
A Irmandade Muçulmana e grupos liberais que participaram da revolução que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak convocaram nesta terça-feira os egípcios a tomar a icônica praça Tahrir, no centro do Cairo, em uma demonstração contrária à Junta Militar.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que foi condenado por premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cedeu à pressão e renunciou ao cargo, deixando o Cairo; em seu lugar assumiu a Junta Militar, que segue no poder até o resultado das eleições.
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A manifestação, que está sendo chamada de “nova marcha de um milhão”, tem como objetivo mostrar o descontentamento popular com os planos militares de assumir o Poder Legislativo e reduzir os poderes do novo presidente do Egito. A Irmandade Muçulmana já reivindicou a vitória no segundo turno eleições presidenciais, realizadas no último final de semana. Mas os resultados oficiais só devem ser divulgados na quinta-feira.
“Todas as forças revolucionárias tem que deixar claro para a Junta Militar que não vamos permitir que tomem o poder. Nós rejeitamos a dissolução do Parlamento e quando (Mohamed) Mursi for presidente, o Parlamento vai continuar funcionando”, declarou Rabia Ahmed, porta-voz da Irmandade.
Na manhã desta terça-feira, a Casa legislativa egípcia foi ocupada pelas forças de segurança do regime militar em vigor no país. A Junta quer impedir que os deputados retornem ao prédio, como ameaçam fazer desde a quinta-feira passada, quando a Suprema Corte ordenou a dissolução do Parlamento dominado por islamitas.