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Irã realiza eleições legislativas em meio a problemas, sanções e ameaças

Por Da Redação
2 mar 2012, 16h32

Chema Ortiz.

Teerã, 2 mar (EFE).- O Irã realizou nesta sexta-feira sua nona eleição legislativa desde a vitória da Revolução Islâmica em 1979, no meio de uma forte luta interna pelo poder e um redemoinho de ameaças e sanções internacionais por causa de seu programa nuclear.

A jornada eleitoral, que começou às 8h (horário local, 1h30 de Brasília) e que devia ter acabado dez horas mais tarde, foi ampliada quatro vezes, devido, segundo informa o Ministério do Interior em seu site, à participação em massa dos eleitores.

Faltando outros dados, Abbas Ali Kadjodai, porta-voz do Conselho de Guardiães, organismo religioso que supervisiona a vida política e também as eleições, assegurou que se calcula a participação entre 8% e 9% maior que nas legislativas de 2008.

Eleitores e jornalistas locais, por outro lado, asseguraram à Agencia Efe que a presença de eleitores nos colégios de Teerã foi muito menor que nas presidenciais de 2009, quando o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, foi o vencedor, e nas quais a oposição denunciou fraude.

As autoridades iranianas achataram com violência os protestos que explodiram após os resultados terem sido divulgados, nos quais dezenas de pessoas morreram e milhares detidos.

Seus dois principais líderes, Mehdi Karrubi e Mir Hussein Musavi, estão há mais de um ano em uma rígida prisão domiciliar.

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Descartados os reformistas do regime, agora se enfrentaram o setor mais radical, agrupado em torno ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, e o do presidente Ahmadinejad, em um ambiente de confronto com o exterior devido às sanções econômicas de Estados Unidos e União Europeia e as ameaças de ataques de Washington e Tel Aviv.

A resposta às ameaças exteriores serviu a todos os setores, e especialmente a Khamenei, para pedir o voto em massa nas eleições, para dar um ‘novo golpe na ‘arrogância”, como eles chamam EUA e Israel.

Desde abril do ano passado, a unidade no regime se rompeu, quando Khamenei desautorizou Ahmadinejad ao repor em seu posto o ministro de Inteligência, Haydar Moslehi, um fiel ao líder que tinha sido destituído pelo presidente, que aparentemente tentava ganhar poder no sistema.

Desde então, os leais ao líder, chamados ‘principalistas’, desqualificaram os seguidores de Ahmadinejad, os acusaram de ineficácia e os tacharam de ‘desviacionistas’, além de colocarem em dúvida a primazia religiosa no sistema, com intenção de apostar na nova legislatura.

O Governo de Ahmadinejad, por sua vez, fez no último ano um grande esforço de propaganda nas zonas rurais e pequenas cidades, onde lembraram os subsídios às famílias humildes, a construção de casas, obras e serviços, que anotou em seu ativo, do que espera tirar juros eleitorais.

Se os principalistas conseguirem uma vitória arrasadora, a política interna pode ser mais radical e estrita em matéria social, enquanto, se se mantiver o equilíbrio com os seguidores de Ahmadinejad, se poderia favorecer uma economia mais aberta, dentro e voltada ao exterior.

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Em matéria nuclear, ambas as partes concordam que o Irã não renunciará a seu programa atômico, que insistem em que é civil e pacífico, apesar das suspeitas de alguns, com EUA à frente, que tem uma vertente militar, mas Ahmadinejad parece mais flexível na hora de negociar com a comunidade internacional.

A vida em Teerã seguiu o ritmo de uma sexta-feira normal, com poucos indícios do pleito legislativo nas ruas, onde bazares e comércios abriram de manhã.

As famílias, mais preocupadas com a situação econômica e o forte aumento de preços nos últimos meses, que se uniram aos do ano passado, aproveitaram para fazer provisões para o próximo Noruz, o ano novo persa, que começa em 20 de março.

Um total de 48,2 milhões de iranianos elegeram entre 3.467 candidatos, 290 cadeiras de seu nono Parlamento nos 33 anos de história da República Islâmica, regida desde 1979 pelo regime teocrático fundado pelo aiatolá Khomeini.

Segundo pesquisas da imprensa local, a participação em Teerã poderia ser de entre 35% e 40%, enquanto no conjunto do país chegaria a entre 55% e 60%, pois se espera mais assistência em pequenas cidades e no meio rural, onde a religiosidade é maior e os candidatos mais próximos à população. EFE

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