Irã está disposto a negociar com AIEA – mas nem tanto
Chefe do programa nuclear limita os casos em que está disposto a cooperar
O Irã mostrou nesta segunda-feira que está disposto a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – mas nem tanto. O chefe do programa nuclear iraniano, Fereydoun Abbassi Davan, afirmou que não trocará mais combustível nuclear com as grandes potências, mas que aceitaria intensificar sua cooperação em “um número limitado de casos”.
“Não negociaremos mais um possível intercâmbio e um cessar de nossa própria produção de combustível”, declarou Davan, à Agência Irna. As grandes potências propuseram, em 2009, que o Irã entregasse combustível levemente enriquecido a alguns países e recebesse em troca combustível mais enriquecido. O argumento era de que isso permitiria ao Teerã seguir com seu programa nuclear civil sem ter a necessidade de continuar desenvolvendo suas tecnologias para enriquecer urânio – o que poderia levar à capacidade de produzir armas atômicas.
O projeto previa que o Irã enviasse mais de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (3,5%) para a Rússia e recebesse em troca combustível russo e francês enriquecido em 20% para seu reator de pesquisa em Teerã.
Limites – “No que se refere à cooperação com a AIEA, pedimos que nos apresentem suas principais alegações, com documentos e provas, para examiná-los”, indicou o chefe do programa nuclear iraniano. “Dissemos à AIEA que, para discutir sobre essas questões, é preciso haver um limite, ou seja, um número limitado de casos. Caso contrário, os países hostis às nossas atividades nucleares pacíficas não vão parar de apresentar outras demandas, inventando documentos para a AIEA”, acrescentou.
O Irã negou-se até o momento a discutir novas questões evocadas pela AIEA acerca de seu controverso programa nuclear, argumentando que se tratam de afirmações sem fundamento.
(Com agência EFE)