O Irã confirmou nesta segunda-feira a retomada das negociações com as grandes potências sobre seu controverso programa nuclear, no próximo sábado na Turquia, com uma segunda etapa de conversações em Bagdá.
Na semana passada, Teerã afirmou que não desejava a retomada das negociações na Turquia, após 15 meses de interrupção em protesto pelo apoio de Ancara à oposição armada na Síria.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, é o principal aliado do Irã na região.
Mas o negociador iraniano para a questão nuclear, Said Jalili, aceitou a reunião em Teerã após uma conversa com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
“A primeira etapa das negociações será realizada em Istambul em 14 de abril e uma segunda etapa, em Bagdá, com data ainda por determinar”, afirma um comunicado do Conselho Supremo da Segurança Nacional (CSSN).
O porta-voz de Catherine Ashton já havia anunciado a reunião entre o Irã e as potências reunidas no grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China, Rússia e Alemanha) no sábado em Istambul.
“Conseguimos chegar a um acordo para retomar as discussões em Istambul em 14 de abril”, declarou Michael Mann.
“Esperamos que esta primeira reunião proporcione resultados que permitam obter avanços”, completou o porta-voz.
A fonte europeia, no entanto, não confirmou um segundo encontro no Iraque.
As últimas negociações entre o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China, Rússia e Alemanha) aconteceram em Istambul em janeiro de 2011 e terminaram sem resultados.
Estados Unidos e União Europeia adotaram sanções petroleiras contra o Irã. Os países ocidentais suspeitam que Teerã queira produzir armamento atômico, apesar dos desmentidos.
A postura do Irã contra a reunião na Turquia, que atuou como intermediária para a questão nos últimos dois anos, foi motivada pela celebração em Istambul de uma conferência de “amigos da Síria”, que pediu mudança de regime em Damasco, e do anúncio pela principal empresa de petróleo turca de uma redução de 20% das importações de petróleo iraniano.
Teerã também manifestou irritação com as críticas turcas ao governo xiita pró-iraniano de Bagdá.
Além disso, o governo do Irã ficou particularmente irritado com a autorização da Turquia à instalação em seu território de um escudo antimísseis da Otan, dirigido especialmente contra a República Islâmica.