Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Irã: condenados à pena de morte têm 15 minutos para defesa, diz emissora

Pelo menos 18 pessoas foram condenadas à morte devido a protestos contra o governo que surgiram há quatro meses no país

Por Da Redação
18 jan 2023, 11h25
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Autoridades do Irã condenaram 18 pessoas à morte em relação à onda de protestos contra o governo no país, que já duram quatro meses. Outros quatro jovens já foram executados, e grupos de direitos humanos afirmam que os julgamentos são injustos, com tempo extremamente limitado para defesa.

    Mohammad Mehdi Karami, um campeão de caratê de 22 anos, foi enforcado em 7 de janeiro por conta das manifestações. Segundo a emissora BBC Persian, Karami teve menos menos de 15 minutos para se defender no tribunal.

    Para suprimir as manifestações que exigem liberdade e o fim do regime autoritário dos aiatolás, autoridades iranianas usam medo, dizem defensores de direitos humanos. O movimento começou após a morte de Mahsa Amini sob a custódia da polícia, uma mulher de 22 anos que foi presa pela polícia moral em setembro por supostamente não usar o hijab, lenço de cabeça iraniano, de forma “correta”.

    + Presidente do Irã diz que ‘não haverá misericórdia’ para inimigos da nação

    Segundo o governo do Irã, os protestos são um “motim” que deve ser respondido com repressão violenta. De acordo com a Iran Human Rights, ONG com sede na Noruega, pelo menos 481 manifestantes já foram mortos pela polícia.

    Karami foi preso em conexão com o assassinato de um membro da força paramilitar Basij durante protestos na cidade de Karaj, a oeste de Teerã, em 3 de novembro. Ele foi acusado do crime capital de “corrupção na Terra” e foi a julgamento perante um Tribunal Revolucionário em Karaj em 30 de novembro, com outras 16 pessoas.

    Continua após a publicidade

    + Irã é expulso de comissão da ONU sobre mulheres por repressão a direitos

    Réus costumam ter direito a advogados no Irã, mas em casos como este, eles não podem escolher sua defesa. Quando o réu confessou ter acertado o membro do Basij na cabeça com uma pedra, o advogado de Karami não contestou e pediu perdão ao juiz.

    O pai do acusado, Mashaalah Karami, um vendedor ambulante, deu uma entrevista ao jornal iraniano Etemad. Ele disse que o ex-lutador de caratê ligou para ele chorando no dia em que foi condenado à morte. “Papai, eles nos deram o veredicto. Recebi a pena de morte. Não conte nada à mamãe”, lembrou o pai, reiterando a inocência do filho.

    + ONU pede libertação de milhares de manifestantes presos no Irã

    O grupo ativista de oposição 1500 Tasvir alegou, em suas redes sociais, que Karami havia sido torturado. A família do réu ressaltou que, antes de morrer, ele havia dito que agentes de segurança “tocaram em seus órgãos genitais todos os dias e ameaçaram estuprá-lo” durante os interrogatórios.

    Continua após a publicidade

    De acordo com o sistema jurídico do Irã, quando um tribunal de primeira instância profere uma sentença de morte, ela é enviada à Suprema Corte para aprovação. Mas mesmo que a Suprema Corte endosse a pena de morte, ela ainda pode ser apelada. O pai de Karami disse ao Etemad que tentou entrar em contato com o advogado nomeado pelo estado várias vezes, mas não obteve resposta.

    + Rapper que protestou contra governo no Irã é condenado à pena de morte

    Seyed Mohammad Hosseini, um professor de educação física de 39 anos, também foi enforcado na mesma data que Karami, pelo mesmo crime.

    O advogado Ali Sharifzadeh Ardakani visitou-o na prisão em dezembro, apresentando documentos para apelar da decisão da Suprema Corte. Ele foi instruído a retornar ao tribunal em 7 de janeiro, mas, enquanto viajava para lá, descobriu que Hosseini já havia sido enforcado.

    Continua após a publicidade

    Grupos de direitos humanos condenaram o sistema judicial do Irã por basear as penas em “confissões forçadas”. À BBC Persian, uma fonte revelou que os advogados nomeados pelo Estado agem como “interrogadores” durante os julgamentos, em vez de defendê-los.

    + Véu arrancado: a rebelião apoiada no Ocidente contra o regime dos aiatolás

    De acordo com a Irã Human Rights, pelo menos 109 manifestantes estão em risco de execução, tendo sido condenados à morte ou acusados ​​de crimes capitais.

    Depois que Hosseini e Karami foram enforcados, países ocidentais e grupos de direitos humanos exigiram que o Irã suspendesse imediatamente as execuções. Uma semana depois, contudo, o Judiciário anunciou que havia enforcado Alireza Akbari, cidadão britânico-iraniano, um ex-alto funcionário do Ministério da Defesa iraniano que foi acusado de espionagem. Em uma gravação de áudio obtida pela BBC Persian na semana passada, Akbari alegou ter sido torturado e forçado a “confessar” crimes que não cometeu.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.