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Irã ameaçou famílias de jogadores da seleção, diz funcionário da Copa

Parentes teriam sido ameaçados de 'violência e tortura' caso a equipe continue a se manifestar contra o regime dos aiatolás no Mundial

Por Da Redação
Atualizado em 29 nov 2022, 10h30 - Publicado em 29 nov 2022, 10h13

Um funcionário envolvido na segurança dos jogos da Copa do Mundo de 2022 no Catar disse nesta terça-feira, 29, que as famílias de jogadores da seleção do Irã foram ameaçadas de prisão e tortura se os atletas não se “comportarem” antes da próxima partida, contra os Estados Unidos.

Após a recusa dos jogadores iranianos em cantar o hino nacional do país no jogo de abertura contra a Inglaterra, em 21 de novembro, o funcionário afirmou à emissora americana CNN, em condição de anonimato, que os jogadores foram convocados para uma reunião com membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (CGRI), e foram informados de que suas famílias enfrentariam “violência e tortura” se não cantassem o hino nacional ou se se juntassem a qualquer protesto político contra o regime de Teerã.

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Os jogadores cantaram o hino antes do segundo jogo contra o País de Gales, na última sexta-feira, quando o Irã venceu por 2 x 0, mas se ajoelharam em protesto.

Responsável por monitorar as agências de segurança do Irã que operam no Catar durante o período da Copa, o funcionário informou que dezenas de oficiais do CGRI foram convocados para fiscalizar os jogadores iranianos – que não podem confraternizar com pessoas de fora do time, nem se encontrar com estrangeiros.

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Carlos Queiroz, o técnico português da seleção iraniana, se reuniu separadamente com oficiais do CGRI após suas ameaças aos jogadores iranianos e suas famílias, mas o conteúdo dessa suposta conversa não foi revelado. Queiroz disse anteriormente que os atletas iranianos podem protestar na Copa do Mundo, mas apenas dentro dos regulamentos da Fifa.

De acordo com a emissora CNN, os jogadores receberam a promessas de “presentes e carros” antes do jogo contra a Inglaterra, mas o regime passou a ameaçar suas famílias após a recusa do time em cantar o hino nacional.

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“No último jogo contra o País de Gales, o regime enviou centenas de torcedores para criar uma falsa sensação de apoio. Para o próximo jogo contra os Estados Unidos, o regime planeja aumentar significativamente o número de atores para milhares”, disse o funcionário.

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Irã e Estados Unidos se enfrentam nesta terça-feira em uma partida crucial do Grupo B, às 16h.

O Irã participa desta Copa do Mundo sob forte turbulência doméstica. O país está mergulhado há meses em um movimento de protestos populares – segundo especialistas, os mais significativos desde a Revolução Iraniana de 1979 –, que ameaçam derrubar o regime dos aiatolás há 40 anos do poder.

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O movimento foi desencadeado pela morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos, sob a custódia da polícia. Ela foi presa pela chamada polícia de moralidade do Irã, pelo “uso incorreto” do hijab, véu iraniano que cobre a cabeça e cabelos. As forças de segurança iranianas têm reprimido violentamente os protestos.

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No domingo, a mídia estatal do Irã pediu que os Estados Unidos fossem expulsos da Copa do Mundo depois que a Federação de Futebol dos Estados Unidos mudou a imagem bandeira do Irã em suas redes sociais para mostrar apoio aos manifestantes no Irã.

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