O serviço de internet na Coreia do Norte foi restaurado nesta terça-feira depois que várias páginas de veículos da imprensa oficial ficaram fora do ar por cerca de nove horas. O incidente ocorreu depois que os Estados Unidos anunciaram que responderiam “de forma proporcional” ao ciberataque contra o Estúdio Sony.
Segundo a imprensa sul-coreana, os principais sites norte-coreanos permaneceram fora do ar, de forma descontínua, de 1h até as 10h45 locais desta terça-feira (14h às 23h45 de Brasília da segunda-feira), entre elas o da agência estatal de notícias KCNA e o do jornal Rodong Sinmun, dois veículos da imprensa oficial de Pyongyang.
Os sites da KCNA, do Rodong e outros portais do regime comunista voltaram ao ar, e não ocorreram mais interrupções.
Além disso, funcionaram com normalidade os sites do regime cujos servidores estão no exterior, como a página Uriminzokkiri e o jornal Choson Sinbo da comunidade norte-coreana no Japão.
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Apesar de o regime norte-coreano não ter se pronunciado sobre o “blecaute” temporário, nem confirmado que o mesmo foi causado por um ataque cibernético, alguns meios da imprensa sul-coreana sugeriram a possibilidade de que o “apagão” seja uma represália dos Estados Unidos após o ataque cibernético contra a Sony.
Um representante da Coreia do Norte na ONU comentou que a conexão de internet em seu país “permaneceu instável nas últimas horas e agora é impossível se conectar”, mas não ofereceu uma explicação sobre o motivo, em declarações oferecidas em Nova York ao jornal sul-coreano Voz do Povo.
Outros meios da imprensa sul-coreana afirmaram que a queda nas redes norte-coreanas poderia ser atribuída a um contratempo técnico ou a um problema interno na Coreia do Norte, devido à fragilidade das conexões nesse país.
O jornal The Washington Post também enumerou possíveis causas para o apagão: “Foi uma ação de hackers guerrilheiros, sob a bandeira do Anonymous? Uma retaliação dos Estados Unidos? Uma traição da China, principal aliado e guardião da web na Coreia do Norte? Ou apenas um problema técnico ou manobra defensiva do próprio reino eremita?”.
A Coreia do Norte tem oficialmente pouco mais de 1.000 endereços de internet, em comparação com bilhões de endereços existentes nos Estados Unidos, informou o jornal The New York Times. Os endereços norte-coreanos são gerenciados por um provedor estatal, e passam por roteadores da companhia estatal de telecomunicações da China – o que levou alguns especialistas a especularem sobre a ação de hackers chineses.
Sony – O ataque aos computadores da Sony resultou no vazamento de filmes inéditos, dados e e-mails sigilosos. A Coreia do Norte nega ter participação no caso, mas elogiou o ataque, depois de meses condenando uma comédia produzida pelo estúdio, A Entrevista, que faz uma sátira sobre um plano para assassinar o ditador Kim Jong-un. A Sony acabou cancelando o lançamento do filme.
(Com agência EFE)