Ronny Jackson, contra-almirante designado pelo presidente Donald Trump para dirigir o Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, retirou nesta quinta-feira sua candidatura depois de o Senado cancelar sua confirmação por supostas acusações de beber no trabalho e fornecer remédios sem receita médica.
“Sempre ficarei agradecido pela confiança do presidente Trump por dar-me esta oportunidade, mas estou retirando minha candidatura para ser secretário do Departamento de Assuntos de Veteranos com muita tristeza”, disse Jackson em comunicado. O contra-almirante, que também é médico, qualificou as acusações “de completamente falsas e fabricadas”.
“Ao entrar neste processo, esperava perguntas complicadas sobre como oferecer o melhor cuidado a nossos veteranos, mas não esperava ter que dignificar ataques anônimos e sem fundamento sobre meu caráter e integridade”, acrescentou Jackson. O indicado por Trump trabalhou como médico da Casa Branca para os três últimos presidentes.
A oposição democrata no comitê de Assuntos de Veteranos do Senado publicou um relatório que reúne entrevistas com 23 pessoas que trabalham ou trabalharam com Jackson. O texto acusa o médico de negligência ao receitar remédios, de beber no trabalho e gerar um ambiente hostil.
Segundo a imprensa americana, durante uma viagem ao exterior em 2015, Jackson se embebedou e esmurrou a porta do quarto de hotel de uma funcionária americana. Fez tanto barulho que o Serviço Secreto o advertiu que parasse para não despertar o então presidente, Barack Obama.
O relatório democrata do Senado também afirma que Jackson era chamado na Casa Branca de candy man (“homem dos doces”, em tradução livre para o português), porque “proporcionava os remédios que os funcionários quisessem” sem necessidade de receita.
(Com EFE)