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Índia corta internet de 27 milhões de pessoas em busca por separatistas

Enquanto indianos ficam sem acesso à rede, policiais realizam uma operação para capturar líder do movimento dissidente sikh

Por Da Redação
Atualizado em 20 mar 2023, 10h46 - Publicado em 20 mar 2023, 10h46

Autoridades da Índia bloquearam o acesso à internet para cerca de 27 milhões de pessoas no estado de Punjab pelo terceiro dia consecutivo nesta segunda-feira, 20, enquanto policiais realizam uma operação para procurar um líder separatista na região. O bloqueio é um dos blecautes mais extensos no país nos últimos anos.

Inicialmente, o governo de Punjab anunciou uma proibição de internet de 24 horas no sábado 17. Porém, o desligamento foi prorrogado pelo governo pela terceira vez até o meio-dia da terça-feira, 21.

A motivação foi uma operação para prender Amritpal Singh, um líder do movimento separatista Khalistan, que busca criar um estado soberano para os seguidores da religião sikh. A polícia indiana alega que o bloqueio tem como objetivo manter a ordem e evitar a propagação de “notícias falsas”, com base em uma lei que permite o corte de conexão para “evitar qualquer incitação à violência e qualquer perturbação da paz e da ordem pública”.

Apoiadores foram às ruas com espadas e bastões nesta segunda-feira para defender o líder separatista. Pelo menos 112 pessoas foram presas, de acordo com a polícia de Punjab, enquanto Singh continua foragido.

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Seguidores da religião sikh estão em constante confronto com as autoridades da Índia. O grupo minoritário exige a criação de uma nação independente, que se chamaria “Khalistan” e ficaria na região do estado de Punjab. O movimento Khalistan é considerado ilegal pelo governo indiano e é tratado como uma ameaça à segurança nacional.

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Ao longo dos anos, batalhas violentas entre separatistas e policiais eclodiram na área. A violência atingiu o clímax em junho de 1984, quando o exército indiano invadiu o Templo Dourado em Amritsar, o santuário mais sagrado do sikhismo, para capturar separatistas armados, matando milhares de pessoas e destruindo grande parte do prédio.

Depois disso, a primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi, que ordenou a operação, foi assassinada por seus guarda-costas sikhs.

No exterior, sikhs protestam contra as ações do governo indiano. A Organização Mundial Sikh do Canadá (WSO) condenou a operação para prender Singh e disse temer que sua prisão seja um plano para orquestrar sua morte. No Reino Unido, apoiadores de Singh vandalizaram o Alto Comissariado Indiano em Londres.

O alto comissário britânico para a Índia, Alex Ellis, chamou os atos dos manifestantes de “vergonhosos” e “totalmente inaceitáveis”. O Ministério das Relações Exteriores da Índia disse que “espera que o governo do Reino Unido tome medidas imediatas para identificar, prender e processar” os envolvidos no incidente.

“Não há lugar em nossa cidade para esse tipo de comportamento. Uma investigação foi lançada pela Polícia Metropolitana de Londres sobre os eventos de hoje”, disse o prefeito de Londres, Sadiq Khan, no domingo 19.

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Com mais de 800 milhões de usuários da internet, a Índia tem a segunda maior população digital do mundo, perdendo apenas para a China. Ainda assim, o país enfrenta apagões recorrentes. Um relatório do Access Now, um grupo de Nova York que rastreia a liberdade na Internet, disse que o país impôs 84 desligamentos só em 2022. O país ficou no topo da lista de bloqueios pelo quinto ano consecutivo.

O estudo afirmou que os apagões digitais “impactaram a vida diária de milhões de pessoas por centenas de horas”. No país, a internet se tornou essencial para conectar os bolsões rurais isolados com as cidades em crescimento.

O governo justifica que os desligamentos constantes são necessários para manutenção da lei e da ordem. Porém, críticos afirmam que essa é uma manobra para impedir a liberdade de expressão e o acesso à informação na Índia.

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