Havana, 24 mar (EFE).- O presidente da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC), Dionisio García, minimizou neste sábado o efeito que as declarações do papa Bento XVI sobre a vigência do marxismo na ilha possam ter nas relações entre o governo do país e a igreja católica.
‘Acho que isso não terá nenhuma repercussão negativa. É evidente que o marxismo tal como foi concebido é algo que tem que ser superado e revisado, não somente em Cuba, mas em muitos países’, afirmou García em entrevista coletiva realizada na cidade de Santiago.
O papa, que visitará o México e Cuba, disse que a ilha caribenha deveria abandonar o marxismo e que este ideologia não corresponde mais a realidade. ‘A Santa Sé sabe quais são os pressupostos ideológicos do governo cubano’ e este também ‘sabe qual é o pensamento da igreja’, disse García.
O religioso, que também é arcebispo de Santiago, lembrou as mudanças realizadas nos países do leste europeu e na China. Para García, a situação atual de Cuba não é a mesma dos anos anteriores, por isso afirmou que as palavras do papa são uma realidade.
Sobre a solicitação do grupo dissidente Damas de Branco de se reunir com Bento XVI, que chegará na ilha na segunda-feira, García explicou que a igreja cubana recebeu todos os pedidos de grupos que desejam se econtrar com papa, mas lembrou que a visita do pontífice será curta.
Ao comentar sobre as liberdades religiosas em Cuba, o arcebispo sustentou que o tema avançou muito no país e classificou como positiva a atuação do presidente do país, Raúl Castro.
García afirmou que apesar disso a igreja católica quer ‘mais espaço, construir mais templos e ter um acesso maior aos meios de comunicação’. EFE