Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Hungria diz que não pretende cumprir pedido de prisão do TPI contra Putin

Tribunal Penal Internacional acusa presidente russo de ter deportado centenas de crianças ucranianas

Por Da Redação
23 mar 2023, 18h53

A Hungria afirmou na quarta-feira, 22, que não prenderia o presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso entrasse no país. Na semana passada, o Tribunal Penal Internacional, em Haia, emitiu um mandado de prisão contra o líder russo, sob a acusação de ter deportado centenas de crianças ucranianas.

Apesar de a Hungria ter assinado o Estatuto de Roma, que fundou a corte em 1998, Gergely Gulyas, chefe de gabinete do premiê húngaro, Viktor Orbán, disse que as leis do país são independentes.

“Podemos nos referir à lei húngara e, com base nisso, não podemos prender o presidente russo, já que o estatuto do TPI não foi promulgado na Hungria”, disse Gulyas, em entrevista à rede americana CNN.

+ Rússia abre processo contra juízes do TPI que pediram prisão de Putin

O chefe de gabinete relatou também que o Estado húngaro não havia “tomado uma posição” em relação à decisão da corte, que é responsável por julgar crimes de guerra cometidos ao redor do globo. No entanto, um dia após o depoimento, ele lamentou a sentença por levar “a uma maior escalada e não à paz”.

Continua após a publicidade

Embora lideranças húngaras indiquem o oposto, as 123 nações participantes do TPI são obrigadas a cumprir o mandado de prisão em caso de visita do presidente russo.

Assim que o mandado foi expedido pelo TPI, a Rússia classificou a ação como “inaceitável” e alegou que essa não é a função do conselho.

“A Rússia, como vários estados, não reconhece a jurisdição deste tribunal e, portanto, quaisquer decisões desse tipo são nulas e sem efeito para a Federação Russa do ponto de vista da lei”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, após a expedição.

Além do mandado de prisão contra Putin, o TPI também pediu a detenção da comissária de direitos das crianças na Rússia, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, pela “deportação ilegal” de crianças ucranianas.

Continua após a publicidade

Segundo comunicado dos juízes encarregados do pré-julgamento do TPI, há “motivos razoáveis para acreditar que cada suspeito é responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população e transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa, em prejuízo de crianças ucranianas”.

Há um ano, o promotor do TPI, Karim Khan, abriu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio na Ucrânia. Durante quatro viagens à Ucrânia, ele destacou que estava analisando supostos crimes contra crianças e os bombardeios russos à infraestrutura civil ucraniana, como usinas de energia e prédios residenciais.

Também neste mês, uma investigação apoiada pelas Nações Unidas citou ataques russos contra civis na Ucrânia, incluindo tortura sistemática e assassinato em regiões ocupadas, entre potenciais crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.

O inquérito também registrou crimes cometidos contra ucranianos em território russo, incluindo crianças ucranianas deportadas que foram impedidas de voltar a ver suas famílias. Além disso, denunciou um sistema de “filtragem”, destinado a selecionar ucranianos para detenção e tortura, bem como presos vivendo sob condições desumanas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.