Hugo Chávez viaja a Cuba para “tratamento especial”
Coronel solicitou autorização para se ausentar da Venezuela. Pedido é feito meses depois da última sessão de radioterapia para combater um câncer
O venezuelano Hugo Chávez pediu permissão a Assembleia Nacional nessa terça-feira para viajar a Cuba para realizar um “tratamento especial”. O pedido foi feito meses depois da última sessão de radioterapia à qual foi submetido para combater um câncer.
“Seis meses depois de eu ter concluído a última terapia recebida, me foi recomendado iniciar um tratamento especial que consiste em várias sessões de oxigenação hiperbárica”, diz o comunicado lido pelo chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, um aliado de Chávez.
“Junto com fisioterapia, (o tratamento) vai consolidar o processo de fortalecimento de minha saúde”, acrescenta o texto, reproduzido pela imprensa venezuelana.
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O pedido não especifica uma data para a volta de Chávez à Venezuela – a ausência é contada a partir de hoje. De qualquer forma, esse tipo de solicitação é necessária apenas quando a ausência do território nacional será de mais de cinco dias.
Desde junho do ano passado, quando o câncer foi diagnosticado, o ditador já se submeteu a três cirurgias em Cuba para combater a doença – que não é mencionada na solicitação encaminhada à assembleia. No texto, o ditador afirma ainda que tem cuidado da saúde e “cumprido zelosamente com o plano de tratamento complementar ordenado pela equipe médica”.
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Eleição – O tratamento contra o câncer chegou a comprometer a campanha de Chávez por mais uma reeleição na Venezuela. As informações sobre o câncer foram desencontradas desde o início – nem o tipo nem a localização exata dos tumores foram revelados. Até mesmo os comentários de Chávez sobre o câncer também oscilaram. Em um momento, ele parecia otimista e se dizia “curado”. Em outro, alertava para uma queda de ritmo, e depois, prometia voltar “com mais energia”.
Com a estratégia de esconder a gravidade da doença, Chávez venceu a disputa em outubro para mais seis anos de mandato. Agora, ele fala em “fortalecimento da saúde”. Mas ainda paira no ar a incerteza sobre sua saúde.