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Honduras: comoção após assassinatos de críticos às milícias policiais

Por Por Noé Leiva
7 dez 2011, 18h43

Honduras encontrava-se nesta quarta-feira abalada pelos assassinatos nas últimas horas de um especialista em segurança e de um jornalista, que relatórios preliminares atribuem a uma investida do crime organizado.

O país ainda estava chocado pela morte na terça-feira da jornalista Luz Marina Paz, de 38 anos, e de um mecânico que a acompanhava, quando na manhã desta quarta-feira ocorreu o assassinato do especialista em segurança Alfredo Landaverde.

Landaverde, um ativista dos direitos humanos e crítico da corrupção na polícia, foi abatido por pistoleiros a bordo de uma moto enquanto viajava de carro na companhia de sua mulher.

De uma forma semelhante foi assassinada Paz, produtora de um programa jornalístico de rádio Cadena Hondureña de Noticias (CHN) e até há seis meses jornalista da Globo, rede de rádio do ex-presidente Manuel Zelaya.

Além disso, na madrugada de segunda-feira, desconhecidos dispararam de um veículo contra os escritórios do jornal La Tribuna, ao sul da cidade, ferindo um guarda.

As pessoas e veículos de comunicação alvo dessa onda de violência têm em comum a firmeza de suas críticas sobre o envolvimento das forças policiais com as máfias do narcotráfico, sequestros e a extorsões.

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Desde 2010, 17 jornalistas foram mortos em Honduras, a maioria deles conhecida por suas denúncias contra a corrupção, e todos os casos continuam na impunidade.

“Temos que buscar o apoio de países amigos para que nos ajudem a solucionar os crimes. Iniciaremos com a investigação do crime contra os jornalistas”, afirmou na terça-feira o ministro da Segurança, Pompeyo Bonilla.

O jornal La Tribuna acusou diretamente policiais pelo atentado contra a empresa, por ter sido o primeiro veículo a publicar a vinculação de agentes dessa força no assassinato de dois estudantes universitários em 22 de outubro.

Posteriormente, esse mesmo veículo revelou que unidades inteiras da polícia estão vinculadas a atividades criminosas como sequestro, tráfico de drogas e roubo de veículos.

Também outros veículos como o jornal El Heraldo e a rádio Globo receberam ameaças por publicar informações que comprometem a polícia.

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“Não há dúvida que estamos diante de uma escalada, que temos que identificar claramente de onde vem. Lembrem que (…) há momentos de dificuldades como o que aconteceu com a Polícia Nacional”, reconheceu o presidente Porfirio Lobo.

Desde 1º de novembro, Lobo deslocou 11.000 membros das Forças Armadas para colaborar com a Polícia Nacional, que conta com 14.500 efetivos, na chamada “Operação Relâmpago” para enfrentar a onda de criminalidade.

“Em outubro, antes da Operação Relâmpago, houve 116 homicídios. Agora, como fruto da Operação Relâmpago, o número de homicídios caiu para 74, isso é apenas 64% do que era antes”, disse o presidente na quinta-feira da semana passada em rede de rádio e TV.

Para incorporar os militares em trabalhos policiais, Lobo conseguiu que o Congresso interpretasse a Constituição, e o poder Executivo declarou na terça-feira a “emergência em segurança” durante 90 dias.

“Estamos em perigo e não há exceção por cargo, status social, por questão política”, lamentou o comissário de Direitos Humanos, Ramón Custódio.

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A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou a morte da jornalista Luz Marina Paz e exigiu que o presidente hondurenho “investigue e aplique a lei para garantir a plena liberdade de expressão”.

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