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Homem que tentou matar João Paulo II está solto

Por Da Redação
18 jan 2010, 06h15

Mehmet Ali Agca, o turco que tentou matar o papa João Paulo II em 1981, proclamou o “fim do mundo” em um comunicado divulgado pouco após sua libertação, depois de passar três décadas na prisão, nesta segunda-feira. Agca, de 52 anos, que se define como “o segundo Messias”, e que, para alguns analistas, sofre de problemas psiquiátricos, afirma no texto que é “o Cristo eterno”. O comunicado foi distribuído por seu advogado quando Agca deixou a penitenciária de segurança máxima de Sincan, nas proximidades de Ancara. “Proclamo o fim do mundo. O mundo inteiro será destruído durante este século. Todos os seres humanos morrerão durante neste século”.

Uma fotografia de Agca apertando a mão de João Paulo II acompanha o documento. Segundo seu advogado, depois de deixar a prisão, Ali Agca pretende sair de férias e se dedicar a projetos ambiciosos como escrever um livro e fazer um filme sobre sua vida. “Ele ficará por dois dias em um hotel de Ancara e depois vai descansar durante duas semanas em um lugar de veraneio”, informou em um comunicado o advogado Achi Ali Ozhan. Agca, de 52 anos, não concedou uma entrevista coletiva à imprensa, por estar negociando com editoras e produtoras de cinema a divulgação de suas memórias.

Segundo Ozhan, Agca também pretende viajar para a Cidade do Vaticano para prestar reverência ao túmulo do papa João Paulo II, falecido em 2005, e se reunir com o papa Bento XVI. Até o momento, não foi estabelecida uma data para a visita ao estado pontificial. Agca recebeu mais de 50 ofertas para livros, filmes e documentários e as negociações estão em andamento, disse Ozhan. Mehmet Ali Agca foi preso na Turquia depois de sua extradição da Itália em 2000 por vários crimes que havia cometido antes de tentar assassinar o Papa João Paulo II, em 13 de maio de 1981, na Praça São Pedro, no Vaticano. O Papa ficou gravemente ferido.

As motivações do ataque e a identidade daqueles que estariam por trás de Agca continuam sendo um mistério. Longe de convencer, suas contraditórias explicações sobre o atentado alimentaram inúmeras teorias de complô. A pista de participação dos serviços secretos búlgaros e soviéticos foi constantemente evocada. Imediatamente depois de ser preso, Agca afirmou ter agido sozinho. Mas a polícia acha que ele recebeu alguma ajuda externa, principalmente financeira. O papa João Paulo II, que se reuniu com Agca em sua cela em 1983, o havia perdoado antes de o turco ser indultado pelo presidente italiano.

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Na Turquia, o ex-militante de extrema direita foi condenado pelo assassinato de um conhecido jornalista turco, Abdi Ipekci, e por dois assaltos praticados nos anos 70. Durante sua estada na prisão por quase três décadas, Agca fez declarações surpreendentes, inclusive sem o menor sentido, o que levou a muitos questionamentos sobre seu estado de saúde mental. Entre as várias coisas que andou dizendo, Agca afirmou ser o “Messias esperado pelos cristãos, judeus e muçulmanos” e que queria adotar a nacionalidade polonesa do papa que quis matar. Numa carta divulgada nesta semana, ele pede a fundação de “novo império americano, que deve virar o centro da paz, da democracia e das liberdades”.

(Com agência France-Presse)

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