Holanda: Justiça condena político por incitar discriminação
Apesar de condenado, o político não recebeu nenhuma punição
A Justiça holandesa condenou o parlamentar Geert Wilders por incitação à discriminação racial nesta sexta-feira, por causa de seus discursos contra a presença de marroquinos na Holanda. Wilders é líder do Partido Holandês da Liberdade (PVV), de extrema-direita, e constantemente critica o Islamismo, defendendo a proibição do Corão e o fechamento de todas as mesquitas na Holanda.
Apesar de condenado, o político não recebeu nenhuma punição. Ele foi absolvido ainda das acusações de incitação ao ódio. Segundo os juízes da Corte, a condenação ao crime de discriminação já é punição suficiente para um político na posição de Wilders, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Logo após o anúncio da condenação, o parlamentar afirmou, por meio de comunicado, que seus advogados irão recorrer da decisão, que ele descreveu como “uma grande perda para a democracia e para a liberdade de expressão”.
A acusação
Um discurso realizado em 2014, em um comício do PVV, em que Wilders perguntou aos eleitores se eles gostariam que o país tivesse “menos ou mais marroquinos” motivou o processo. Quando os eleitores gritaram “menos!”, ele respondeu “isso será providenciado”.
Mais de 6.000 pessoas registraram queixa contra o discurso de Wilder e, nove meses depois, ele foi formalmente acusado de discriminação racial e incitação ao ódio.
Nexit
Em julho, Wilders, que gostaria de fechar as fronteiras da Holanda aos imigrantes muçulmanos e diz que o país deveria deixar a zona do euro, empenhou-se para o país realizar um referendo sobre uma possível saída da União Europeia (UE).
A primeira tentativa fracassada com uma moção no Parlamento foirejeitada por maioria esmagadora, mas Wilders insistiu que um referendo sobre o “Nexit” (em referência a Nederland, nome dos Países Baixos em holandês) será tema de campanha do Partido da Liberdade (PVV) nas próximas eleições parlamentares, previstas para março.