Hiroshima e Nagasaki criticam teste nuclear nos EUA
Ação motivou protestos entre sobreviventes das bombas atômicas da II Guerra
“Esperava que o presidente Obama assumisse a frente com relação à eliminação de armas nucleares”
As cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki – alvos de ataques nucleares ao fim da II Guerra Mundial – criticaram o teste nuclear efetuado pelos Estados Unidos. O primeiro do tipo desde 2006, foi realizado no dia 15 de setembro em Nevada, mas confirmado oficialmente pelo Departamento de Energia do país somente na terça-feira, informou o jornal Japan Times.
“Deploro profundamente. Esperava que o presidente Obama assumisse a frente com relação à eliminação de armas nucleares”, declarou nesta quarta o governador de Nagasaki, Hodo Nakamura, em entrevista coletiva. O prefeito da cidade, Tomihisa Taue, mostrou “temor e preocupação” frente à experiência, que considera um passo atrás no caminho em direção ao mundo livre de armas nucleares, como disse à agência de notícias Kyodo.
O teste americano motivou protestos entre os cidadãos de Hiroshima e Nagasaki, entre eles vários sobreviventes das bombas atômicas que assolaram as cidades em agosto de 1945. “Não podemos tolerar uma ação dos EUA que trai a promessa do presidente Barack Obama de avançar em direção ao mundo sem armas atômicas”, destacou o subdiretor do Conselho de Vítimas da Bomba Atômica de Hiroshima, Yukio Yoshioka.
Reação – O governo japonês ressaltou que não tem intenção de protestar formalmente os Estados Unidos pelo teste, já que neste tipo de ação não se chega a alcançar uma reação nuclear em cadeia. Por esse mesmo motivo, Washington considera que os testes – que considera “de laboratório” – não violam o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT). Para o governo americano, este tipo de experiência tem como objetivo investigar a ação física e química dos materiais usados para as armas nucleares, necessários para manter a segurança do arsenal nuclear.
(Com agência EFE)