A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, anunciou na noite desta quarta-feira que pediu ao Departamento de Estado para publicar os e-mails que enviou durante os quatro anos em que ficou no cargo. O anúncio foi feito em sua conta oficial no Twitter e é uma resposta ao requerimento que o deputado republicano Trey Gowdy apresentou na Câmara dos Deputados, pedindo acesso aos e-mails da ex-secretária de Estado durante o período em que ela ocupou o cargo, entre 2009 e 2013.
Nesse período, Hillary utilizou seu e-mail pessoal para tratar de assuntos oficiais do governo americano, fato que, segundo o The New York Times (NYT), pode ter violado leis federais de registros de dados do governo. A lei federal estipula que cartas e e-mails escritos e recebidos por funcionários federais são registros do governo que devem ser guardados. Até o momento não há nenhum processo aberto contra a ex-secretária de Estado.
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“Quero que os cidadãos vejam meus e-mails. Pedi ao Departamento de Estado que os publiquem e me disseram que serão revisados para publicação o mais rápido possível”, escreveu Hillary em seu Twitter. Esta é a primeira reação de Hillary após o caso vir à tona, e com isso ela demonstra estar disposta a dissipar quaisquer obstáculos que possam ofuscar sua pré-candidatura à Presidência dos EUA. Segundo o The Wall Street Journal, que cita vários doadores democratas, Hillary Clinton lançará oficialmente sua candidatura em abril.
Pouco depois da mensagem de Hillary, o Departamento de Estado explicou em uma breve nota que revisará os e-mails respeitando as diretrizes de segurança para preservar a revelação de informações sensíveis. “Faremos a revisão o mais rápido possível, mas dado o volume de documentos, o processo demorará um tempo para se completar”, acrescentou a porta-voz adjunta do Departamento de Estado Marie Harf. De acordo com o NYT, os e-mails de Hillary no período em que ela ocupou o Departamento de Estado somam 55.000 páginas.
O que levantou suspeitas entre os republicanos não é apenas o fato de Hillary ter usado exclusivamente uma conta privada, algo que não é habitual em altos cargos do governo, mas não entregar as mensagens até o Departamento de Estado fazer a solicitação há dois meses. “Agora temos que seguir em frente e ir à fonte, que é a própria secretária Clinton”, disse o deputado Gowdy. “Usaremos os recursos legais para ter acesso aos documentos oficiais”, completou.
(Da redação)