Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Helly Luv, a pop star dos curdos que canta contra os jihadistas

As músicas de Helly falam sobre nacionalismo curdo e pedem o fim do terrorismo do Estado Islâmico

Por Da Redação
26 jul 2015, 20h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ao som de uma música pop, o clipe de “Revolution” começa com um ataque de homens vestidos de preto, com os rostos cobertos, a um vilarejo curdo. A cantora, uma moça jovem, maquiada e bonita, aparece dançando e cantando em cima de tanques de guerra e carregando armas. A moça desafia os terroristas com um cartaz de “Stop de Violence” (parem com a violência), e canta a música, que pede a união em busca de uma revolução pela paz. “Justiça para nós. Nós não vamos desistir”, diz uma parte da letra. Pelos trejeitos, rosto, cabelo, maquiagem e voz, Helly Luv poderia ser uma típica pop star ocidental, no entanto, a cantora que já conquistou mais de 1,3 milhão de visualizações no YouTube usa seu passado e experiência cultural para trazer um propósito bastante único para sua música

    Publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Participantes de reality show australiano ficam na mira do EI

    Continua após a publicidade

    Sobe para 120 o número de mortos em atentado do grupo Estado Islâmico contra mercado no Iraque

    Publicidade

    EI reivindica atentado com caminhão-bomba que matou 44 no Iraque

    As letras de suas canções tratam de temas como nacionalismo curdo e revolução, e Helly já assumiu sua imagem de “Shakira Curda”. O vídeo mais recente da jovem de 26 anos foi filmado a pouco mais de dois quilômetros de onde forças curdas lutavam contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque. Em entrevista ao site americano VICE, a cantora conta o que a coragem do povo curdo na batalha contra o Estado Islâmico é uma de suas maiores inspirações. “O mundo não estava ouvindo a voz do Curdistão, toda a luta e dor que estamos passando com o ISIS (EI). O inimigo tem armas fortes e poderosas, nós não temos nada”, afirmou.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Vídeo: Helly Luv – Revolution

    Publicidade

    Helan Abdulla nasceu no Irã durante a Guerra do Golfo, mas logo se mudou para um campo de refugiados na Turquia com seus familiares. Alguns anos depois, sua família foi aprovada e recebeu cidadania finlandesa. Morando em Lahti, a moça sentiu na pele o preconceito de fazer parte do primeiro grupo de imigrantes curdos a morar na Finlândia. Ela relata que sofria bullying, e que não tinha muitos amigos na escola. Para tentar de encaixar, se inscreveu em aulas de canto e dança, e encontrou na música uma forma de superar suas frustrações. “Quando eu me apresentava no palco, as pessoas me assistiam e aplaudiam. Eu estava viciada. E soube que queria ser cantora quando crescesse”, contou ao jornal finlandês Yle Uutiset.

    Continua após a publicidade

    Aos 18 anos se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos, para tentar a carreira de cantora. Seus anos na cidade foram difíceis, e seus minutos de fama pareciam nunca chegar. Pouco antes de começar a arrumar suas coisas para voltar à Finlândia, Helly recebeu uma mensagem da gravadora Los Da Mystro, que já trabalhou com artistas como Whitney Houston e Rihanna, propondo a assinatura de um contrato com sua empresa de produções. A jovem então recebeu o nome artístico de Helly Luv, e agora divide seu tempo entre suas duas casas, uma em Los Angeles e outra na capital curda no Iraque, Erbil.

    Publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Vídeo do EI mostra criança decapitando soldado sírio

    Continua após a publicidade

    Iraque inicia grande operação para retomar província de Anbar do EI

    Crucificação: a abominável humilhação retomada pelo Estado Islâmico

    Helly se considera uma peshmerga, termo utilizado para se referir aos curdos armados e que, literalmente, significa “aqueles que enfrentam a morte”. Seus pais também fazem parte do Exército curdo. Mas a cantora descobriu que sua maior força na batalha pela independência do Curdistão e contra o Estado Islâmico vinha de sua voz e música. “Elas podem carregar minha mensagem para milhões de outras pessoas”, afirmou ao Yle Uutiset.

    Continua após a publicidade

    Mas a vida de pop star curda tem também suas desvantagens. Após o lançamento do seu primeiro single, “Risk It All”, no início de 2013, Helly começou a receber ameaças de morte de grupos radicais islâmicos, e teve de se esconder por dois meses. “Eles têm muito poder, especialmente nas redes sociais; então, minha motivação era fazer uma música que fosse ainda mais poderosa. (…) De certa maneira, me sinto privilegiada por ser atacada pelo EI, isso significa que a mensagem é tão forte quanto suas armas e violência”, afirmou à VICE.

    E a cantora não enfrenta só membros do Estado Islâmico com seus vídeos e atitude. Membros da comunidade curda ortodoxa se incomodam com suas roupas e ações. “Eu não me visto como as mulheres comuns daqui e recebo muitas críticas por isso”, contou ao jornal finlandês. Apesar de tudo, Helly continua fiel a sua personalidade e mantém o estilo único. “Muitas pessoas me admiram e entendem meu trabalho. Chegou a hora do Curdistão ter uma artista pop que se veste de forma diferente e se atreve a cantar sobre coisas que costumavam ser banidas. É uma honra assumir essa responsabilidade. Não importa o que aconteça, eu aguento”, afirma.

    Vídeo: Helly Luv – Risk It All

    Publicidade

    (Da redação)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.