O chefe de governo do Hamas em Gaza, Ismaïl Haniyeh, prometeu nesta quarta-feira dar prosseguimento à “resistência”, até a libertação de todos os territórios palestinos, durante manifestação que reuniu 350 mil pessoas, no centro da cidade de Gaza, para marcar o 24º aniversário de fundação do movimento islamita.
“A resistência e a luta armadas são o caminho e a opção estratégica para libertar a terra palestina, que vai do Mediterrâneo ao rio Jordão, e expulsar os invasores israelenses”, afirmou Haniyeh.
Em comunicado, as brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, assumiram, paralelamente, a responsabilidade por mais de 11.000 foguetes e morteiros disparados contra Israel desde sua criação, matando 1.365 israelenses e ferindo 6.411.
Essa concentração anual contou com pelo menos 350.000 membros e simpatizantes do Hamas – cujo acrônimo, em árabe, significa “Movimento da Resistência Islâmica” – na praça de Katiba, segundo os organizadores, em meio a milhares de bandeiras verdes. Também foram agitadas bandeiras egípcias e turcas, os dois países mais populares junto aos dirigentes em Gaza.
O Hamas “marcha, paralela e simultaneamente, no caminho do apelo à jihad (guerra santa)”, disse Haniyeh, destacando que “é a melhor resposta àqueles que imaginam ou dizem que o Hamas renunciou ao confronto e à resistência”.
Citando as revoluções árabes – das quais os movimentos islamitas colhem os frutos -, advertiu que o Hamas “não é um movimento passageiro, quer esteja no cenário palestino ou fora dele (…) ou que tenha conseguido se eleger por acaso, e que seria possível mudar tudo isso com novas eleições”.
O Hamas saiu vitorioso nas mais recentes eleições legislativas palestinas, em janeiro de 2006, e passou a controlar a Faixa de Gaza em junho de 2007, derrotando o movimento rival do Fatah desta região.
O chefe do Hamas, Khaled Mechaal, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciaram no dia 24 de novembro, no Cairo, terem concluído uma “parceria”, destinada a finalizar a reconciliação palestina.
Foi o primeiro encontro entre os dois dirigentes desde a assinatura, em maio, no Cairo, pelo conjunto dos movimentos palestinos, de um acordo surpresa entre o Fatah e o Hamas, que controlam as zonas autônomas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
O essencial deste acordo não foi aplicado até agora e prevê, principalmente, a organização de eleições em maio de 2012.