O movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, executou nesta terça-feira um pai e um filho palestinos condenados por serem “espiões de Israel”. A pena foi uma provocação ao presidente Mahmoud Abbas que, pela lei palestina, teria a palavra final sobre a implementação de tais decisões.
Autoridades do Hamas disseram que os homens confessaram fornecer às forças israelenses informações de inteligência que as ajudaram a rastrear palestinos, incluindo o chefe do grupo, Abdel-Aziz al-Rantissi, morto em 2004 em um ataque aéreo ao seu carro. A condenação de ambos à morte foi levada a cabo depois que um tribunal rejeitou sua apelação.
Depois das execuções, parentes dos condenados queimaram pneus em protesto em uma rua central de Gaza antes de serem dispersados pela polícia.
Conflito interno – O Hamas controla a Faixa de Gaza desde que derrotou a facção Fatah, ligada a Abbas, em uma guerra civil em 2007. Os movimentos rivais assinaram um acordo de reconciliação no Cairo em maio, mas sua implementação tem sido impedida por disputas sobre a formação do governo palestino de poder compartilhado.
Desde que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, 15 palestinos foram executados, a maioria sob acusações de espionagem e mortos por pelotão de fuzilamento. Grupos de Direitos Humanos criticam as execuções do Hamas – que são permitidas dentro da lei palestina, mas exigem aprovação de Abbas. Por sua vez, Abbas, líder apoiado pelos Estados Unidos, tem evitado a penalidade capital na Cisjordânia, onde seu governo ainda detém poder.
(Com agências Reuters e EFE)